Repsol quer cortar 1500 empregos nos próximos três anos

Cortes serão a nível mundial mas não há "programa de despedimentos previsto" em Portugal, onde existem 1200 colaboradores.

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Venda de activos e redução de empregos são prioridades na empresa presidida por Antonio Brufau AFP PHOTO / DOMINIQUE FAGET

A redução será feita de “forma responsável”, garante o documento a que a Europa Press teve acesso. Nos três primeiros anos desse plano, a empresa prevê reduzir o número de postos de trabalho e avançar com planos para “potenciar o talento interno e as oportunidades de carreira”. E tudo “da forma responsável como actua” a empresa, assegura a administração da petrolífera.

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A redução será feita de “forma responsável”, garante o documento a que a Europa Press teve acesso. Nos três primeiros anos desse plano, a empresa prevê reduzir o número de postos de trabalho e avançar com planos para “potenciar o talento interno e as oportunidades de carreira”. E tudo “da forma responsável como actua” a empresa, assegura a administração da petrolífera.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da Repsol em Portugal disse não haver "nenhum programa de despedimentos previsto" para o país, esclarecendo que "este processo será feito por rotação natural de trabalhadores".

"Não existe uma meta específica por país, os números vão depender apenas da eficiência que cada operação tem. Em Portugal este processo já tem vindo a ser implementado, pelo que os trabalhadores saem porque surgem novas oportunidades profissionais ou em situação de reforma", disse, acrescentando que a operação "é bastante eficiente".

A Repsol é a segunda maior empresa no mercado de combustíveis português, a seguir à Galp. Em Portugal emprega 1200 pessoas, sendo aproximadamente dois terços em áreas comerciais e as restantes em áreas industriais.

Segundo a Europa Press, na comunicação enviada aos trabalhadores, a empresa liderada por Antonio Brufau nada adianta quanto aos países e às áreas de actividade em que aplicará esses cortes.

Venda de activos
Além da diminuição de postos de trabalho, a empresa está também a proceder à venda de activos não estratégicos, com os quais espera encaixar cerca de mil milhões de euros. Esta semana anunciou a venda do negócio de gás canalizado por 651 milhões de euros à Gas Natural Distribución (da Gas Natural Fenosa, em que a própria Repsol é accionista) e à Redexis Gas.

Esta última é uma empresa da Goldman Sachs a quem a EDP também vendeu alguns dos activos de distribuição de gás da sua subsidiária espanhola Naturgas no início do ano. Segundo a informação divulgada pela Repsol, esta operação representou uma mais-valia líquida de 367 milhões de euros.

A empresa também anunciou na semana passada que chegou a acordo com o grupo Ardian para a venda de uma posição que ainda detinha na Compañía Logística de Hidrocarburos (CLH) por 325 milhões de euros. Segundo a Repsol, a saída do capital da maior empresa de armazenamento e transporte de produtos petrolíferos em Espanha garantiu-lhe uma mais valia de 300 milhões de euros.

A operação “faz parte do programa de optimização do portefólio da Repsol mediante vendas selectivas de activos não estratégicos, iniciado após a aquisição da Talisman”, disse na ocasião a Repsol. A empresa espanhola concluiu este ano a compra da produtora de petróleo canadiana, por 6640 milhões de euros, mais dívida, protagonizando a maior aquisição internacional de uma empresa espanhola nos últimos cinco anos.

No primeiro semestre a Repsol registou um resultado líquido de cerca de mil milhões de euros, menos 20,6% que no mesmo período de 2014, quando os resultados tiveram o impacto extraordinário da venda de títulos da argentina YPF e do seu negócio de gás natural liquefeito (GNL) à Shell e à BP.