Rebeldes sírios rejeitam Assad em qualquer cenário

Opositores dizem que "é impossível considerar um assassino terrorista como um protector, ou como alguém que pode trazer segurança".

Foto
Os EUA admitem que é preciso "fazer compromissos" Mikhail Klimentiev/Reuters

"Seria um fracasso se o regime se mantivesse e se Assad ficasse. Seria também um insulto aos sacrifícios feitos pelo povo sírio e uma falta de respeito pela vontade do nosso povo", afirmou Ahmad Qura Ali, porta-voz do  Ahrar al-Sham, um dos mais poderosos grupos radicais islamistas que fazem frente às forças do Presidente sírio.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Seria um fracasso se o regime se mantivesse e se Assad ficasse. Seria também um insulto aos sacrifícios feitos pelo povo sírio e uma falta de respeito pela vontade do nosso povo", afirmou Ahmad Qura Ali, porta-voz do  Ahrar al-Sham, um dos mais poderosos grupos radicais islamistas que fazem frente às forças do Presidente sírio.

Mas a resistência ao plano russo e iraniano alarga-se à oposição moderada e a muitos dos manifestantes que protestaram nas ruas contra Bashar al-Assad antes da guerra, que já fez mais de 220.000 mortos nos últimos quatro anos e meio.

Em declarações à AFP, Ibrahim al-Idlibi, um dos que se manifestou contra o regime em Março de 2011, garantiu que os sírios "não aceitarão que Assad fique no poder durante o período de transição".

"É impossível considerar um assassino terrorista como um protector, ou como alguém que pode trazer segurança", disse o activista sírio.

Os opositores de Assad recordam o comunicado da reunião de Genebra I, em 2012, onde as principais potências ocidentais apelaram à constituição de um governo de transição, com plenos poderes, e sem o envolvimento do actual regime.

Apesar de a oposição e os rebeldes sírios (mais moderados ou mais extremistas) não admitirem qualquer papel para Bashar al-Assad, a verdade é que muitos países ocidentais começaram a aproximar-se do plano da Rússia e do Irão. A ideia é que a prioridade passou a ser o combate contra o autoproclamado Estado Islâmico, que luta também contra as forças do Presidente sírio.

Mas este argumento é rejeitado por Mamun Abu Omar, um combatente anti-Assad de Alepo, que foi ouvido pela agência AFP: "O regime favoreceu o crescimento do Estado Islâmico, e a sua expansão na Síria fez-se em detrimento da revolução, e não em detrimento do regime."