Ordem dos Médicos congratula-se com 2147 vagas para Internato

Conselho Regional do Norte acredita que a medida poderá contrariar a saída de estudantes de Medicina para o estrangeiro

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A situação é condenada pelos sindicatos médicos, que, ainda assim, não se mostram surpreendidos Enric Vives-Rubio

Em comunicado, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) esclarece que considera a medida positiva porque "defende a existência e manutenção de uma formação clínica de base, como é o Ano Comum, e o seu alargamento a todos os jovens profissionais que concluíram o respectivo percurso académico".

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Em comunicado, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) esclarece que considera a medida positiva porque "defende a existência e manutenção de uma formação clínica de base, como é o Ano Comum, e o seu alargamento a todos os jovens profissionais que concluíram o respectivo percurso académico".

Contudo, salienta que, "no respeito pelo princípio da igualdade de oportunidades, nenhuma outra atitude que não esta seria tolerável ao Ministério da Saúde".

"A tutela limitou-se a fazer aquilo que era a sua obrigação política, perante o extraordinário número de jovens que estão a sair das escolas médicas nacionais e o aumento exponencial dos estudantes de Medicina no estrangeiro, que, de forma legítima, optam por cumprir a sua formação pós-graduada em Portugal", acrescenta.

O CRNOM reafirma "a necessidade imperiosa de adaptar o numerus clausus à real capacidade formativa das escolas médicas para garantir a qualidade da formação pré-graduada e equilibrar a ponte entre a academia e a enfermaria".

Defende que "o futuro profissional de milhares de jovens médicos e a vitalidade e qualidade do nosso SNS dependem de uma formação médica especializada de elevada qualidade que só poderá ser assegurada reduzindo o numerus clausus e fazendo corresponder as capacidades formativas pré e pós-graduadas".

A Ordem considera ainda que "estes 2147 internatos do Ano Comum não constituem qualquer investimento imediato no capital humano do Serviço Nacional de Saúde, contrariamente à informação que o Ministério procura fazer passar".

"Este concurso destina-se a médicos recém-graduados, que vão cumprir um período de um ano em formação clínica de base e que, por isso, não terão funções clínicas específicas atribuídas", sustenta