Dentista que matou o leão Cecil quebra silêncio e reitera que foi tudo legal

Walter Palmer diz em entrevista a jornal norte-americano que vai regressar à sua clínica no Minnesota.

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Protestos à porta da clínica de Palmer: dentista vai regressar ao trabalho ERIC MILLER/REUTERS

Desde que foi identificado, no final de Julho, como o caçador que abateu Cecil, depois de alegadamente o ter atraído para fora de um parque natural, Palmer estava incontactável. Tinha apenas emitido um comunicado inicial, a dizer que a caçada tinha sido legal, e enviado uma mensagem por e-mail aos seus pacientes.

A sua clínica em Bloomington, no estado do Minnesota, alvo de vários protestos e encerrada no final de Julho, reabriu algumas semanas depois e Palmer diz que regressará agora ao trabalho. “Sou um profissional da saúde. Preciso de regressar aos meus funcionários, aos meus pacientes, e eles querem-me de volta”, disse numa entrevista publicada esta segunda-feira pelo diário norte-americano Star Tribune.

Sem entrar em grandes detalhes sobre a caçada, Palmer disse que feriu inicialmente o leão com uma flechada e que acabou por matá-lo com outra flecha, e não com um tiro, como foi inicialmente reportado por uma organização não-governamental. O dentista também negou que tenha perseguido o animal ferido durante 40 horas, dizendo que o fez em muito menos tempo.

Walter Palmer disse ainda que a informação de que terá pago cerca de 49.000 euros por uma licença para caçar um leão no país é falsa, mas não referiu outro valor.

O dentista afirmou que nem ele nem os guias sabiam que o leão que estavam a perseguir tinha um nome e levava um colar com GPS, fazendo parte de um estudo de investigadores da Universidade de Oxford.

Cecil, um majestático leão de juba preta, era a atracção número um do Parque Natural de Hwange, no Zimbabwe. Segundo a Zimbabwe Conservation Task Force, uma organização criada em 2001 para patrulhar a caça ilegal nos parques naturais do país, Palmer e outros caçadores que lhe serviram de guias atraíram o leão para fora do parque, com outro animal morto atado a uma carrinha. Acabou por ser abatido numa propriedade adjacente ao parque.

“Tudo foi feito de forma adequada. Foi uma caçada legal a um leão no Zimbabwe”, contrapõe Walter Palmer.

O caso suscitou uma enorme onda de reacções em todo o mundo. Walter Palmer manteve-se incontactável durante cerca de seis semanas, mas disse ao Star Tribune que não esteve escondido. “Estive longe da vista pública, com amigos e com a família”, afirmou.

Palmer lamentou os efeitos de toda a situação sobre a sua mulher e sua filha. “Elas foram ameaçadas nas redes sociais”, mencionou, dizendo não compreender “que venham atrás de pessoas que não estiveram de todo envolvidas”.

Duas pessoas no Zimbabwe — o guia que acompanhou Palmer e o dono da propriedade onde o leão foi morto — foram formalmente acusadas de práticas ilegais e enfrentam a possibilidade de penas de prisão. O Departamento de Pescas e da Natureza dos Estados Unidos também abriu uma investigação ao caso.

Mas não há até agora qualquer acusação ou alegação formal contra Walter Palmer, segundo o advogado Joe Friedberg, também citado pelo Star Tribune.

 

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Desde que foi identificado, no final de Julho, como o caçador que abateu Cecil, depois de alegadamente o ter atraído para fora de um parque natural, Palmer estava incontactável. Tinha apenas emitido um comunicado inicial, a dizer que a caçada tinha sido legal, e enviado uma mensagem por e-mail aos seus pacientes.

A sua clínica em Bloomington, no estado do Minnesota, alvo de vários protestos e encerrada no final de Julho, reabriu algumas semanas depois e Palmer diz que regressará agora ao trabalho. “Sou um profissional da saúde. Preciso de regressar aos meus funcionários, aos meus pacientes, e eles querem-me de volta”, disse numa entrevista publicada esta segunda-feira pelo diário norte-americano Star Tribune.

Sem entrar em grandes detalhes sobre a caçada, Palmer disse que feriu inicialmente o leão com uma flechada e que acabou por matá-lo com outra flecha, e não com um tiro, como foi inicialmente reportado por uma organização não-governamental. O dentista também negou que tenha perseguido o animal ferido durante 40 horas, dizendo que o fez em muito menos tempo.

Walter Palmer disse ainda que a informação de que terá pago cerca de 49.000 euros por uma licença para caçar um leão no país é falsa, mas não referiu outro valor.

O dentista afirmou que nem ele nem os guias sabiam que o leão que estavam a perseguir tinha um nome e levava um colar com GPS, fazendo parte de um estudo de investigadores da Universidade de Oxford.

Cecil, um majestático leão de juba preta, era a atracção número um do Parque Natural de Hwange, no Zimbabwe. Segundo a Zimbabwe Conservation Task Force, uma organização criada em 2001 para patrulhar a caça ilegal nos parques naturais do país, Palmer e outros caçadores que lhe serviram de guias atraíram o leão para fora do parque, com outro animal morto atado a uma carrinha. Acabou por ser abatido numa propriedade adjacente ao parque.

“Tudo foi feito de forma adequada. Foi uma caçada legal a um leão no Zimbabwe”, contrapõe Walter Palmer.

O caso suscitou uma enorme onda de reacções em todo o mundo. Walter Palmer manteve-se incontactável durante cerca de seis semanas, mas disse ao Star Tribune que não esteve escondido. “Estive longe da vista pública, com amigos e com a família”, afirmou.

Palmer lamentou os efeitos de toda a situação sobre a sua mulher e sua filha. “Elas foram ameaçadas nas redes sociais”, mencionou, dizendo não compreender “que venham atrás de pessoas que não estiveram de todo envolvidas”.

Duas pessoas no Zimbabwe — o guia que acompanhou Palmer e o dono da propriedade onde o leão foi morto — foram formalmente acusadas de práticas ilegais e enfrentam a possibilidade de penas de prisão. O Departamento de Pescas e da Natureza dos Estados Unidos também abriu uma investigação ao caso.

Mas não há até agora qualquer acusação ou alegação formal contra Walter Palmer, segundo o advogado Joe Friedberg, também citado pelo Star Tribune.