Inovação com norte
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Respostas a este desafio permitirão viabilizar estruturas de investigação, percursos profissionais de maior valor, conseguir um maior impacto na atividade económica e, no final, maior capacidade competitiva das empresas e dos territórios. É pois necessário que a investigação classificada como aplicada seja efetivamente aplicável.
A tipologia apresentada para inovações: de produto, processo, marketing e organização, parece ser abrangente. No entanto, outras terminologias se têm generalizado e que, no essencial, ajudam a valorizar uma determinada perspetiva: inovação nos serviços (estes podem ser incluídos nos produtos); eco-inovação (quando também há melhor desempenho em termos ambientais), inovação social (soluções sustentadas para questões sociais relevantes: alimentar, saúde, mobilidade, envelhecimento,…), inovação aberta (quando uma organização incorpora conhecimento de outras entidades nos seus processos de inovação), inovação no modelo de negócio, entre outras atribuições.
Creio que, em qualquer dos casos, será útil considerar que é possível estimular e melhorar as fases iniciais dos processos de inovação (front end innovation): serem “geridas”, incentivadas, alimentadas com informação, suportadas em metodologias e ferramentas, desenvolvidas, avaliadas, validadas…Vejam-se propostas metodológicas que se têm articulado nos últimos anos. A geração de modelos de negócio de Osterwalder e Pigneur (2010) que nos oferecem um referencial para pensarmos antes de agirmos (começar pois por gastar recursos intelectuais), quando procuramos passar das “ideias” aos negócios: melhorando negócios existentes ou criando novos negócios (strategyzer.com/canvas). Neste referencial diferentes tipo de inovação podem ser considerados na contingência contextual que as pode valorizar de forma mais relevante.Várias ferramentas podem ser utilizadas para aprofundar o pensamento sobre esses modelos de negócio. Mas é a validação por clientes, como o proposto pelo desenvolvimento de clientes de Blank e Dorf (2012), que desafia e enforma, de modo qualitativo, a evolução do desenho do modelo de negócio, da proposta de valor e, em última análise, da inovação que esteja a ser incorporada: produto, processo, marketing e organização.Quando o desenvolvimento do produto (ou serviço) está em causa, é particularmente pertinente, neste quadro metodológico, a chamada às propostas para um desenvolvimento ágil, de Eric Ries (2011) que preconiza um desenvolvimento iterativo, com sucessivos protótipos avaliáveis de forma interativa, podendo acomodar a colaboração de diferentes stakeholders. Colaboração que pode envolver competidores que se associam no investimento e redução de risco, em determinadas fases do processo (coopetição: www.tedxucpporto.com).
Este é um bom conjunto de referências, metodologias e ferramentas, articuladas para o melhor pensamento sobre inovação em contexto e com valor.