PCP exige alargamento da captura da sardinha e compensações aos pescadores

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Do mar ao prato, sem esgotar o recurso: sardinha sustentável Pedro Cunha

"Estamos a poucos dias do esgotamento da possibilidade de pesca da sardinha no nosso país. É um produto muito apreciado pela nossa população, fundamental para a indústria conserveira e, por falta de intervenção do Governo português, estamos numa situação em que a pesca da sardinha pode acabar no ano de 2015, com os prejuízos que isso tem para a economia nacional e para os pescadores", disse à Lusa Vasco Cardoso, da Comissão Política do Comité Central do PCP.

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"Estamos a poucos dias do esgotamento da possibilidade de pesca da sardinha no nosso país. É um produto muito apreciado pela nossa população, fundamental para a indústria conserveira e, por falta de intervenção do Governo português, estamos numa situação em que a pesca da sardinha pode acabar no ano de 2015, com os prejuízos que isso tem para a economia nacional e para os pescadores", disse à Lusa Vasco Cardoso, da Comissão Política do Comité Central do PCP.

A Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca foi recebida, a seu pedido, pelo PCP, na sede do partido em Lisboa. No final, os comunistas reiteraram o seu apoio às exigências feitas pelos representantes dos pescadores.

"Acompanhamos a exigência que é colocada de se encontrarem mecanismos de compensação aos trabalhadores por perda dos seus rendimentos, mas sobretudo de se reexaminar a possibilidade de alargar a captura da sardinha ainda no decorrer do presente ano", afirmou Vasco Cardoso.

O dirigente comunista aponta a "grande contradição entre discurso da economia do mar, do país no bom caminho e da recuperação" e a situação do sector da pesca do cerco, "em risco de poder ser arrumado até ao resto do ano sem que se conheça qualquer iniciativa da parte do Governo", ao mesmo tempo que continua a haver sardinha no mercado, importada de Marrocos, Espanha e França.

"Nós não nos conformamos com isto, apelamos à luta dos pescadores da sardinha e dos armadores contra esta situação. Estamos a falar de 150 embarcações e mais de 2.000 trabalhadores que podem ficar sem qualquer tipo de rendimento até ao final do ano", declarou.

Vasco Cardoso apontou para o impacto do fim da quota da sardinha nas comunidades piscatórias, em que pesca e indústria conserveira empregam frequentemente todos os elementos de uma mesma família.

"Um pescador que não pesca não tem rendimento e isso reflecte-se na sua vida e na vida da sua família. Em concelhos como o de Peniche, em que os pescadores estão dependentes da pesca da sardinha, e depois as suas famílias, particularmente as mulheres, são operárias conserveiras, em que o mesmo problema se coloca por via da falta de matéria-prima", sustentou.

"É uma situação do ponto de vista económico e social inaceitável", sublinhou.