hitchBOT, o robô que andava à boleia pelo mundo, foi decapitado em Filadélfia

Projecto de equipa de investigadores canadianos termina em território americano, depois de viagens pelo Canadá, Alemanha e Holanda sem incidentes.

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O hitchBOT foi criado em Ontário, no Canadá, por uma equipa de investigadores das áreas de artes visuais, engenharia, ciência computacional e comunicação, liderada por David Smith, da Universidade de McMaster, e Frauke Zeller, da Universidade de Ryerson, os guardiões do robô. A equipa é conhecida como a sua “família” e delineou um objectivo ambicioso – pedir boleia pelo mundo.

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O hitchBOT foi criado em Ontário, no Canadá, por uma equipa de investigadores das áreas de artes visuais, engenharia, ciência computacional e comunicação, liderada por David Smith, da Universidade de McMaster, e Frauke Zeller, da Universidade de Ryerson, os guardiões do robô. A equipa é conhecida como a sua “família” e delineou um objectivo ambicioso – pedir boleia pelo mundo.

Com cerca de 90 centímetros de altura e 11 quilos de peso, o robô tem uma câmara, microfone e sistema de voz integrados, que lhe permitam ver, ouvir e falar. Incapaz de se mover sozinho, o robô precisa da ajuda de humanos para se deslocar, mas consegue manter uma conversação devido a uma tecnologia de discurso que lhe permite responder a questões sobre de onde vem ou as suas histórias mais memoráveis.

Com GPS e tecnologia 3G, consegue registar o local onde se encontra e o seu próximo destino. E, com um ecrã LED, materializa sorrisos e tristeza. Tira fotografias a cada 20 minutos para registar as pessoas que conhece e os locais por onde passa nas suas viagens.

O hitchBOT foi posto à prova pela primeira vez no Verão passado, quando durante 26 dias pediu boleia pelo Canadá. Conseguiu que o transportassem 19 vezes, num total de 10 mil quilómetros. Começou na Nova Escócia e terminou na Columbia Britânica. No país natal, foi convidado para um casamento e um evento de dança em Saskatchewan. Terminadas as boleias a canadianos, o robô voltou à sua “família” para um check-up.

Em Fevereiro deste ano, o destino escolhido pela sua “família” foi a Alemanha. Novamente de polegar esticado, o robô amarelo, calçado com botas de borracha de criança da mesma cor, começou a viagem por Munique e nos dez dias seguintes andou de carro, autocarro, bicicleta por Colónia, Berlim e Hamburgo, visitando museus, jardins, catedrais e castelos. É que o hitchBOT antes de começar as suas viagens tem uma lista dos sítios onde gostava de ir e a que pede que o levem durante as boleias.

O terceiro destino de férias foi a Holanda, onde esteve em Junho. Mais uma vez, além de cidades, o pequeno robô escolheu locais culturais para visitar e foi fotografado junto de várias famílias, com algumas a criarem-lhe amigos robôs em versões feitas de desperdícios ou do que andava lá por casa. As imagens foram sendo partilhadas numa conta no Instagram, bem como no Facebook e Twitter.

A 17 de Julho, a aventura de férias tornou-se ainda mais ambiciosa. O país era agora os Estados Unidos, e tinha como pontos de paragem obrigatórios Nova Iorque ou São Francisco. No último sábado, após duas semanas de boleia, o robô foi vítima de um acto de vandalismo em Filadélfia, ficando quase totalmente destruído e deitando por terra a ambição de conhecer sítios como o mundo de Walt Disney, Times Square ou a estátua do antigo Presidente Abraham Lincoln.

Uma imagem do robô sem cabeça e braços percorreu o mundo a anunciar o fim da viagem do HitchBOT nos Estados Unidos. Um vídeo surgiu dias depois e mostra um homem que alegadamente destrói o robô na madrugada do último sábado, numa rua de Filadélfia. As imagens foram filmadas por uma câmara de vigilância e divulgadas no Twitter pelo blogger Jesse Wellens. Até agora, não foi apresentada qulquer queixa por parte da equipa que criou o HitchBOT e tal não deverá acontecer, segundo uma nota divulgada no site oficial das aventuras do robô.

“Sabemos que muitos dos fans do HitchBOT ficarão desapontados mas queremos ter a certeza de que esta fantástica experiência não acabou. Por agora vamos focar-nos na questão ‘o que poderemos aprender com isto?' e explorar futuras aventuras para robôs e humanos”, escreveram David Smith e Frauke Zeller no site oficial da experiência.

O HitchBOT também deixou uma mensagem de despedida temporária. “O meu corpo foi danificado mas vou regressar a casa e com todos os meus amigos. Pelos vistos, às vezes coisas más acontecem a bons robôs! A minha viagem tem que chegar ao fim por agora mas o meu amor pelos humanos nunca irá desaparecer. Obrigado, meus amigos.”

Notícia actualizada às 10h57 de 4 de Agosto: Acrescenta informação sobre homem que terá destruído robô.