Ainda não é desta

Sou do tempo em que só havia ofertas para ampliar o pirilau, empregar o pirilau em vão e conhecer os milhares de moças, mulheres casadas e senhoras de idade que, naquele preciso momento, queriam encontrar-se comigo só para usufruir do meu pirilau.

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Sou do tempo em que só havia ofertas para ampliar o pirilau, empregar o pirilau em vão e conhecer os milhares de moças, mulheres casadas e senhoras de idade que, naquele preciso momento, queriam encontrar-se comigo só para usufruir do meu pirilau.

Spam e pirilau. A receita era sempre a mesma: merendinha e pachacha à discrição. Tudo de borla e de boa vontade, num raio de 5 quilómetros ao redor de cada garanhão.

Hoje já aparecem livros e cadernos que estava a pensar em comprar. Irritantemente são sempre os que perscrutámos e decidimos rejeitar. É o equivalente cibernético do vendedor de óculos de sol que, tendo uma fé excessiva na volubilidade humana, não aceita um "não, obrigado" como resposta e calcorreia o paredão da praia atrás de nós, agitando o par de falsos RayBans como um xamã em transe, repetindo as palavras mágicas "tem a certeza? Tem a certeza?"

Ontem voltou um clássico: o da fortuna sem saír de casa. O chamariz (no Metacritic, of all places) era "Portugal's New Cash Formula Unleashed".

Cliquei e dei com o engodo: "EXPOSED: Colares Mum makes 7000 euros/Month From Home". Em Beja a mamã seria de Beja. Sob bandeiras da Bloomberg, do FT e do Telegraph, mostrava um cheque de 8795 dólares e uma fotografia de "Maria Shutova from Colares" com um bebé verdadeiro.

Bastava eu comprar um kit para enriquecer.