Madrid admite 126 espanhóis ao lado dos jihadistas

Números em Portugal são bastante menores, disse Rui Machete, dizendo, no entanto, que não é possível apresentar dados concretos.

Destes, 25 morreram em combate ou imolaram-se, 61 ainda estão em liberdade, a maioria no estrangeiro, dez de eles em Espanha. Há 15 regressados detidos em prisões espanholas, indicou Jorge Fernández Díaz citado pelo diário El País.

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Destes, 25 morreram em combate ou imolaram-se, 61 ainda estão em liberdade, a maioria no estrangeiro, dez de eles em Espanha. Há 15 regressados detidos em prisões espanholas, indicou Jorge Fernández Díaz citado pelo diário El País.

À margem da mesma reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, afirmou que "não é possível apresentar números concretos" de portugueses que vão combater em zonas de conflito, mas ressalvou ser um número "bastante inferior" aos 126 espanhóis nessa situação. 

"Não lhe posso dar números muito exactos por um motivo muito óbvio: a maior parte daqueles terroristas portugueses que se deslocaram para a Síria e o Iraque têm nacionalidade portuguesa, mas são oriundos de comunidades que vivem no estrangeiro. Nós não temos um controlo absoluto desses números", disse à agência Lusa Rui Machete.

"Temos um controlo razoável das pessoas que, tendo estado em acções terroristas, depois voltam a território nacional. Mas se não voltam a território nacional, também é difícil ter [esses números]", sublinhou.

O ministro português realçou, ainda assim, que são números certamente bastante inferiores aos de Espanha. "Primeiro porque Espanha tem uma população superior e depois porque as colónias de estrangeiros em Espanha - vindas do Magreb e da África subsaariana - são em número muito superior àquelas que nós temos", disse.

Ainda assim, Rui Machete considerou que não é por isso que o fenómeno é menos preocupante em Portugal.

"É menos grave em termos quantitativas em relação aos combatentes estrangeiros. Mas é sempre preocupante porque um ou dois terroristas podem fazer uma diferença enorme. Por isso não se pode dizer que estamos indemnes ao terrorismo. Isso não é verdade. Felizmente não temos detectado até agora casos graves", salientou.

O ministro recordou que Portugal adoptou recentemente legislação no seguimento de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Algumas coisas nós já tínhamos feito, outras completamos de acordo com essa resolução, que é bem feita e abrangente: em matéria de viagens de candidatos a terroristas ou que voltam [ao seu país de origem] - e que depois de um período de descanso - regressam aos campos de acção terrorista. Houve a criminalização dessas condutas, por exemplo", explicou Rui Machete.

Os números de Espanha e Portugal são uma pequena parte dos entre 25 mil e 30 mil combatentes estrangeiros que se juntaram ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI). Na conferência de Madrid, o director executivo do Comité Contra o Terrorismo, Jean Paul Laborde, insistiu no controlo de viajantes e ainda na implicação de empresas que gerem redes sociais, quando se estima que no site de microblogging Twitter haja 46 mil contas ligadas ao EI.