Cresap já indicou os três nomes para a agência que gere os fundos europeus

Presidente da CCDR do Alentejo, ex-presidente da CCDR do Centro e ex-adjunta de Paulo Macedo na corrida à presidência.

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Agência para o Desenvolvimento e Coesão tem um papel central na coordenação dos fundos europeus Sandra Ribeiro

Entre os nomes indicados ao executivo, a quem cabe a palavra final na escolha do novo presidente da agência, estão o actual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Costa Dieb, e o ex-presidente da CCDR do Centro, Norberto Pires, que há dois anos saiu em ruptura com a tutela. O outro nome na lista é a economista Maria Rosa Tobias Sá, presidente do conselho fiscal da Parvalorem, empresa pública criada para recuperar crédito malparado do falido BPN.

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Entre os nomes indicados ao executivo, a quem cabe a palavra final na escolha do novo presidente da agência, estão o actual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Costa Dieb, e o ex-presidente da CCDR do Centro, Norberto Pires, que há dois anos saiu em ruptura com a tutela. O outro nome na lista é a economista Maria Rosa Tobias Sá, presidente do conselho fiscal da Parvalorem, empresa pública criada para recuperar crédito malparado do falido BPN.

Na corrida ao lugar de presidente da Agência para o Desenvolvimento e Coesão estavam 23 candidatos. À Cresap coube seleccionar três nomes “com mérito”, depois de avaliar os currículos dos candidatos e de realizar as entrevistas, ficando agora nas mãos do Governo escolher o novo responsável.

A agência, na alçada do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Castro Almeida, tem um papel central na coordenação dos fundos europeus, que agora estão na fase final de transição do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para o Portugal 2020. É por esta entidade que passa a coordenação de toda a política de coesão em Portugal, desde a coordenação global dos vários programas dos fundos europeus em articulação com as autoridades de gestão dos programas operacionais, à aplicação das verbas previstas no quadro de apoio, passando pela avaliação dos resultados do Portugal 2020 e pelo controlo e auditoria dos apoios concedidos.

António Costa Dieb, formado em sociologia, foi nomeado pelo actual executivo para a liderança da CCDRA do Alentejo em 2012, depois de deixar a  direcção-geral do Centro Tecnológico para o Aproveitamento e Valorização das Rochas Ornamentais e Industriais. Dieb é militante do PSD, foi entre 2005 e 2013 vereador da Câmara Municipal de Évora (sem funções executivas) e é presidente da mesa da assembleia distrital de Évora dos sociais-democratas.

Norberto Pires, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, onde se doutorou na área de automação e robótica, esteve à frente do projecto Iparque (parque de ciência e tecnologia de Coimbra) antes de assumir a presidência da CCDR do Centro em Fevereiro de 2012. Norberto Pires acabaria por sair cinco meses depois. No ano passado, voltou a concorrer ao mesmo cargo e ficou na lista final entregue pela Cresap, mas a escolha do Governo recaiu sobre Ana Abrunhosa.

Num texto recente publicado na revista Sábado, o ex-presidente da CCDR do Centro, agora ex-militante do PSD, conta a sua versão do que aconteceu, revelando várias situações de desentendimento e mal-estar com a tutela. “Sempre recusei recrutar pessoas por causa da filiação partidária na CCDR, apesar de o partido o exigir (…) Quando entrei devem ter pensado: aquele tipo nomeado pelo PSD é um boy e faz o que o partido manda. Não foi assim”.

Já a economista Maria Rosa Tobias Sá presidiu ao Instituto Nacional de Recursos Biológicos, leccionou na Faculdade de Economia da Universidade do Porto, passou pelo Organismo Europeu de Luta Antifraude (onde dirigiu a equipa de investigadores responsável pelas investigações na área dos fundos estruturais). No actual Governo, passou, como adjunta, pelo gabinete do ministro da Saúde, sendo actualmente presidente do conselho fiscal do da Parvalorem.

A Cresap terá ainda de indicar ao Governo a short-list de candidatos à função de vice-presidente da agência (estão 38 candidatos na corrida) e aos dois cargos de vogal (a um deles concorreram 38 candidatos e ao segundo concorreram 50).