O Sinatra de Penman

Leia o artigo, ouça Sinatra e discorde deliciosamente.

Penman começou por ser um crítico refrescantemente pretensioso no NME dos primeiros anos 80. O contraponto  dele era a maior e mais corajosa moralista que o jornalismo britânico já conheceu: Julie Burchill, que, não sei como, continua a ser cada vez mais formidável com cada coisa que escreve.

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Penman começou por ser um crítico refrescantemente pretensioso no NME dos primeiros anos 80. O contraponto  dele era a maior e mais corajosa moralista que o jornalismo britânico já conheceu: Julie Burchill, que, não sei como, continua a ser cada vez mais formidável com cada coisa que escreve.

Penman agora escreve ainda mais bem (jamais cairia na asneira de dizer "melhor") do que quando era novo. Li várias críticas do Sinatra: London (3 CDs e 1 DVD por 50 euros) e todas elas, por muito laudatórias, torciam um bocadinho o nariz.

Penman é o único capaz de pressentir a glória desta colecção. Felizmente o LRB, como sempre faz quando uma peça que publica é irresistível, oferece-a de graça online. Vale mesmo a pena imprimi-la e encaderná-la, para colocar ao lado dos dois livrinhos mais apetitosos sobre Sinatra: Why Sinatra Matters de Pete Hammill e, melhor de todos, Mr S: My Life With Frank Sinatra de George Jacobs (o mordomo de Sinatra de 1953 até 1968) e William Stadiem.

O último parágrafo de Penman é indiscutivelmente Sinatriano, no sentido de ser melancólico, verdadeiro e triunfal ao mesmo tempo: "Talvez a voz de Sinatra venha a ser, cada vez mais, uma das últimas coisas acerca das quais quase toda a gente possa concordar [...]".

Leia o artigo, ouça Sinatra e discorde deliciosamente.