Chinesa Xiaomi chega ao ocidente com lançamento de telemóvel no Brasil

Empresa cresceu nos mercados asiáticos, mas tem planos para expandir a internacionalização.

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Hugo Barra, responsável pela internacionalização da Xiaomi Paulo Whitaker/Reuters

A empresa já tinha revelado planos de se internacionalizar para lá dos oito países da Ásia onde actualmente opera. Deverá expandir-se também, entre outros mercados, para a Rússia e Turquia, o tipo de países onde a venda de smartphones tem mais margem de crescimento do que nos mercados europeus. Em Maio, a empresa já tinha começado a vender acessórios na Europa e nos EUA.

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A empresa já tinha revelado planos de se internacionalizar para lá dos oito países da Ásia onde actualmente opera. Deverá expandir-se também, entre outros mercados, para a Rússia e Turquia, o tipo de países onde a venda de smartphones tem mais margem de crescimento do que nos mercados europeus. Em Maio, a empresa já tinha começado a vender acessórios na Europa e nos EUA.

A entrada no Brasil foi assinalada com um evento de lançamento em São Paulo, protagonizado por Hugo Barra, o brasileiro que é vice-presidente da Xiaomi e responsável pela internacionalização (e que foi contratado ao Google). A partir de 7 de Julho, os consumidores no Brasil poderão comprar online o modelo Redmi 2, um telemóvel Android que custa 499 reais, cerca de 145 euros, e que também é vendido na Índia e na Indonésia.

No Brasil, os impostos elevados sobre a tecnologia importada fazem com que este género de aparelhos seja relativamente caro. Tal como outras marcas, a Xiaomi resolveu contornar esse problema fabricando os telemóveis dentro do país, numa produção a cargo da fabricante taiwanesa Foxconn, em cuja lista de clientes está também a Apple e que ficou conhecida pelo suicídio de vários funcionários nas suas fábricas chinesas. Esta opção implicou uma mudança grande face ao processo de fabrico habitual da Xiaomi, notou Hugo Barra, explicando que a empresa importa parte dos componentes da China e monta-os em território brasileiro.  

A Xiaomi tem vindo a crescer na Ásia nos anos recentes e tornou-se uma marca de peso na China, um mercado onde as vendas de smartphones dispararam mais tarde do que no Ocidente, mas que está agora a arrefecer. Naquele país, a empresa era, no primeiro trimestre deste ano, o segundo maior vendedor, com uma quota de 14% de mercado, logo atrás dos 15% da Apple, segundo a analista IDC. Em termos globais, contudo, a Xiaomi está longe do topo. No último trimestre de 2014, entrou na lista dos cinco maiores fabricantes da IDC, com uma quota ligeiramente acima de 4%. Mas foi este ano empurrada para fora dos lugares cimeiros pela sul-coreana LG.