Altas temperaturas nos últimos dias com "pequeno aumento da mortalidade"

Calor terá causado cerca de uma centena de mortos, segundo a Direcção-Geral da Saúde

Foto
Calor em Maio está a ser excepcional Paulo Pimenta

A especialista em saúde pública ressalvou que Portugal ainda não enfrentou nesta época uma onda de calor, apesar das altas temperaturas que se registaram nos últimos dias. No entanto, esclareceu, os dias seguidos de calor foram poucos, além do arrefecimento nocturno que impede piores consequências na saúde das pessoas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A especialista em saúde pública ressalvou que Portugal ainda não enfrentou nesta época uma onda de calor, apesar das altas temperaturas que se registaram nos últimos dias. No entanto, esclareceu, os dias seguidos de calor foram poucos, além do arrefecimento nocturno que impede piores consequências na saúde das pessoas.

Graça Freitas adiantou que a Direcção-Geral da Saúde (DGS) tem acompanhado a resposta das unidades de saúde - hospitais e centros de saúde - a um eventual aumento da procura devido aos efeitos do calor. "Está tudo dentro do que é expectável", afirmou. 

A Linha de Saúde 24 registou, desde o dia 20 de Junho, um aumento de chamadas devido a sintomas relacionados com as altas temperaturas, passando da média de 9 chamadas diárias para as 13. Segundo Sérgio Gomes, que coordena esta linha de aconselhamento telefónico, o maior número de chamadas relacionadas com o calor registou-se no dia 21, com 26 telefonemas. Desde 15 de Maio que Portugal tem accionado o módulo calor do plano de contingência para temperaturas extremas adversas.

Da responsabilidade da DGS, este plano visa "promover a protecção da saúde das populações contra os efeitos negativos dos períodos de calor intenso, através de uma avaliação eficaz do risco e do desenvolvimento de respostas apropriadas pelas entidades competentes da saúde, baseada num sistema de previsão, alerta e resposta adequada".

Trata-se da 11.ª edição deste plano desde que o Ministério da Saúde elaborou o primeiro documento que visou responder a situações como a registada em 2003. Nesse ano, uma onda de calor que ocorreu em algumas zonas do país por mais de duas semanas ficou associada a um excesso de mortalidade de 1953 óbitos. Segundo a DGS, em 2010 estimou-se um excesso de mortalidade nos períodos de calor intenso de 2167 óbitos e em 2013 foi determinado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) um excesso de mortalidade de 1684 óbitos.