Ataque em França foi terrorismo e tem ligações com o Estado Islâmico

Yassin Salhi diz que matou o patrão e atacou uma fábrica nos arredores de Lyon por razões pessoais. Investigação discorda.

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Yassin Salhi deixou lençóis brancos com uma profissão de fé em árabe ao lado do corpo do seu patrão Philippe Desmazes / AFP

Estas conclusões foram anunciadas pelo procurador francês François Molins, numa conferência de imprensa em Paris, na manhã desta terça-feira. Salhi, que foi detido no local e confessou já ter matado Hervé Cornora, o seu patrão, continua a ser interrogado pelas autoridades.

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Estas conclusões foram anunciadas pelo procurador francês François Molins, numa conferência de imprensa em Paris, na manhã desta terça-feira. Salhi, que foi detido no local e confessou já ter matado Hervé Cornora, o seu patrão, continua a ser interrogado pelas autoridades.

De acordo com François Molins, Yassin Salhi esteve “regularmente em contacto” com um outro francês que partiu para combater com o grupo extremista na Síria, identificado nesta terça-feira como “Younes”, para quem Salhi enviou fotografias da cabeça decapitada de Hervé Cornora antes de tentar o ataque à fábrica. O desejo de Salhi seria que essas fotografias fossem publicadas pelos jihadistas, escreve a AFP.

Para além do mais, avançou o procurador, o ataque de sexta-feira “corresponde exactamente às ordens” lançadas pelos jihadistas há uma semana, à entrada para o mês do Ramadão, quando estes apelaram a um “mês sangrento” para os “infiéis”. No local onde Salhi depositou o corpo do patrão foram encontrados lençóis brancos com escritos em árabe de profissão de fé.

Mas não há indicações de que o ataque tenha sido comandado pelos extremistas. O próprio Salhi disse às autoridades que o atentado foi motivado por desentendimentos com Hervé Cornora e com a sua mulher. “Segundo ele”, avançou o procurador, “as motivações para os seus actos são puramente pessoais e o seu ataque não é terrorista”.

Para as autoridades, contudo, a ligação “terrorista” existe. “Um não exclui o outro, e a escolha de matar alguém que se odeie não exclui uma motivação terrorista”, disse François Molins.