Presidente da Nigéria demite administração da petrólifera estatal

Sobre a NNPC recaiam fortes suspeitas de corrupção.

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O Presidente Buhari prometeu "limpar" a corrupção PIUS UTOMI EKPEI/AFP

Buhari "dissolveu, com efeito imediato, o conselho de administração da Companhia Petrolífera Nacional Nigeriana (NNPC)", anunciou o responsável pela função pública, em comunicado.

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Buhari "dissolveu, com efeito imediato, o conselho de administração da Companhia Petrolífera Nacional Nigeriana (NNPC)", anunciou o responsável pela função pública, em comunicado.

O novo Presidente da Nigéria, que tomou posse em 29 de maio, comprometeu-se a lutar ferozmente contra "o demónio da corrupção". O sector petrolífero, que garante 80% dos rendimentos estatais, é considerado como o mais afectado, com milhares de milhões de dólares desviados em prejuízo das finanças públicas.

Estatutariamente, o conselho de administração da NNPC é presidido pelo ministro do Petróleo. Mas após a investidura de Buhari, há um mês, nenhum ministro do Petróleo foi nomeado, pelo que esta decisão de demissão pode também ser lida como uma formalidade.

O Presidente, de 72 anos, tem ainda de nomear os seus principais ministros, mas já indicou que pretende assumir a pasta da Energia, para dirigir as reformas indispensáveis do sector do gás e petróleo.

"O *Presidente prometeu que iria limpar o sector petrolífero. Isto é o principio", afirmou o seu porta-voz, Femi Adesina.

"A demissão do conselho de administração da NNPC era esperada, porque o odor do bolor e o fedor que de lá saía estava em vias de sufocar todos no país", disse à AFP o advogado e defensor dos direitos humanos Festus Keyamo.

A NNPC tem quatro refinarias no país, três das quais no delta do Níger, no Sul, de onde é extraída a maioria do petróleo nigeriano: duas em Port Harcourt e uma em Warri, além de uma em Kaduna, a cerca de 200 quilómetros a Norte de Abuja, a capital. No seu conjunto, têm uma capacidade de refinação de 445 mil barris por dia.

A Nigéria, que extrai dois milhões de barris de petróleo por dia, é o primeiro produtor africano e as vendas de petróleo representam 90% das suas exportações.