Viver em Lisboa tornou-se mais barato

Estudo mostra que, no espaço de um ano, Lisboa caiu 51 lugares na lista das cidades mais caras do mundo.

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Para Tiago Borges, responsável de estudos de mercado na Mercer Ibéria e citado no comunicado desta empresa, a descida de 51 lugares deve-se à “depreciação do euro face a outras divisas globais” e à “recuperação nos processos do imobiliário”. Reconhece ainda uma “inflação historicamente baixa” que permite manter acessíveis os preços de bens e serviços, quando comparados a outros lugares do mundo.

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Para Tiago Borges, responsável de estudos de mercado na Mercer Ibéria e citado no comunicado desta empresa, a descida de 51 lugares deve-se à “depreciação do euro face a outras divisas globais” e à “recuperação nos processos do imobiliário”. Reconhece ainda uma “inflação historicamente baixa” que permite manter acessíveis os preços de bens e serviços, quando comparados a outros lugares do mundo.

A lista dá conta que, em Lisboa, beber um café pode custar até 2,50 euros. Em contrapartida, em Luanda, manifestamente mais cara, o mesmo tem uma diferença de 1,69 na factura e pode ir até aos 4,19 euros. Em relação a Lisboa, saiba ainda que, ao arrendar um imóvel t2 na cidade portuguesa está a poupar cerca de 4539,50 euros face ao que gastaria em Luanda, onde estas casas custam, por mês, em média 5989,58 euros.

Na lista dos lugares mais caros do mundo, a maior subida registou-se no continente americano. De acordo com Tiago Borges, uma explicação possível para a ascensão acentuada das cidades dos Estados Unidos é, “inquestionavelmente”, frisa, a “valorização do dólar americano, quando comparado com outras moedas”. Nova Iorque (16.º) continua a ser considerada a cidade da região onde o custo de vida é significativamente mais elevado. Mas não é a única. Washington DC (50.º) e Houston (91.º) subiram 42 e 51 posições na lista.

Na América do Sul, Buenos Aires (19.º) subiu 67 lugares. A mesma tendência é seguida por São Paulo (40.º), Rio de Janeiro (67.º), Santiago do Chile (70.º) e Manágua (199.º).

Ainda assim, algumas cidades canadianas conseguiram inverter a tendência, com Vancouver (119.º) a descer 23 lugares, Toronto (126.º) 25, Montreal (140.º) 17 e Calgary (146.º) a assinalar uma descida de 21 posições na lista.

O responsável de estudos de mercado da Mercer Ibéria afirma que, “apesar das moderadas subidas de preço na maioria das cidades europeias, as moedas europeias enfraqueceram face ao dólar americano”, o que justifica as alterações no ranking, com Paris (46.º), Viena (56.º), Praga (142.º) e Budapeste (170.º), a descerem 19, 24, 35 e 50 lugares, respectivamente.

No Médio Oriente, uma procura acrescida de arrendamento contribuiu para o “aumento das cidades na lista”, sublinha Tiago Borges, acrescentando que o Dubai (23.º), Abu Dhabi (33.º) e Beirut (44.º), são apenas ultrapassadas por Tel Aviv (18.º), considerada a cidade mais cara da região.

No estudo, desenvolvido pela Mercer, podemos encontrar cidades europeias e asiáticas nos primeiros lugares do ranking: Hong Kong (2.º), Zurique (3.º), Singapura (4.º) e Genebra (5.º), com Luanda (1.º) a ser, pelo terceiro ano consecutivo, considerada a cidade mais cara do mundo para expatriados.

A ocupar as posições mais baixas do ranking encontram-se Bishkek (207.º) e Carachi (205.º) cidades da Ásia, e Windhoek (206.º), da África.

Segundo Diogo Cão, partner da Mercer, “ter informação fidedigna, actualizada e detalhada" é essencial "para definir o pacote de remuneração certo, para a pessoa certa, no local certo”. Nesse sentido, a Mercer explica que o objectivo foi realizar uma análise, em Março deste ano, com base em 207 cidades dos cinco continentes para medir o custo de vida. 

Texto editado por Ana Fernandes