Morreu o ministro da Educação timorense, Fernando Lasama de Araújo

Foi fundador da Renetil, o organismo juvenil da resistência timorense. Tinha 53 anos.

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Fernando Lasama de Araújo foi candidato à presidência em 2007 ADEK BERRY/AFP

Morreu no Hospital de Dilí, onde estava internado desde domingo em coma e em estado crítico.

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Morreu no Hospital de Dilí, onde estava internado desde domingo em coma e em estado crítico.

Nascido em Manutasi, no distrito de Ainaro, tinha 12 anos quando testemunhou o massacre de 18 familiares pelo exército indonésio, episódio que posteriormente ditou o seu empenho na vida política.

Foi fundador e secretário-geral da Renetil, o organismo juvenil da resistência timorense, que tinha entre os objetivos inscritos na proclamação de 20 de junho de 1988 "isolar pronta e rapidamente todos os estudantes de Timor-Leste de todas as influências ideológicas, políticas, económicas e socioculturais desenvolvidas pelo governo fascista-militarista de Jacarta".

Preso durante a ocupação indonésia, em 1991, e julgado por crimes contra o Estado, Fernando Lasama de Araújo passou seis anos e quatro meses na cadeia de Cipinang, em Jacarta, onde também esteve o líder da resistência, Xanana Gusmão.

“Foi nos anos de Cipinang que aprendi com Xanana e outros prisioneiros políticos. A minha formação política vem de Cipinang”, disse Araújo que também pasou pelas cadeias de Bali e Java.

Em 2007 e 2012 candidatou-se à chefia do Estado, chegando a ser Presidente interino, em 2008, depois do atentado contra José Ramos Horta. Membro do Partido Democrático, ocupava desde Fevereiro os cargos de coordenador dos Assuntos Sociais e de ministro da Educação.

Fonte do Executivo disse que é possível que o seu seja um funeral de Estado. Fernando Lasama de Araújo era casado e tinha um filho.