“Indignados” proibidos de fazer concentração em Madrid no “dia de reflexão”

A Junta Eleitoral de Madrid considerou que a acção do Movimento 15-M prevista para a véspera das eleições municipais e regionais de Espanha “é contrária à lei”

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O movimento 15-M considera a decisão absurda Javier Barbancho /Reuters

“A concentração prevista para a jornada de reflexão, no próximo dia 23 de Maio, é contrária à legislação eleitoral e, consequentemente, não se poderá realizar”, comunicou a Junta, pela voz da delegada do Governo, Concepción Dancausa, citada pelo diário espanhol El País.

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“A concentração prevista para a jornada de reflexão, no próximo dia 23 de Maio, é contrária à legislação eleitoral e, consequentemente, não se poderá realizar”, comunicou a Junta, pela voz da delegada do Governo, Concepción Dancausa, citada pelo diário espanhol El País.

O movimento 15-M reagiu através do seu site oficial, declarando que “o direito de reunião prevalece sobre a jornada de reflexão”, uma vez que se enquadra dentro da doutrina do Tribunal Constitucional espanhol, que “autoriza a ocorrência de manifestações” na véspera de eleições, “quando a capacidade de influenciar o eleitorado" seja pequena ou remota. Ora, os indignados entendem que as pessoas que se irão concentrar “não se identificam” com “nenhuma opção política concreta”, pretendendo apenas “reflectir colectivamente”.

É aliás esse o grande objectivo do apelo do movimento à concentração, feito através das redes sociais: convidar as pessoas a “reflectir num dia dedicado a esse fim”. Mas Concepción Dancausa não desvaloriza o papel dos indignados, lembrando que “o Podemos surgiu desse movimento” e que a concentração poderia ocorrer em “qualquer outro dia”.

A resolução da Junta Eleitoral, descrita pelo 15-M como “absurda” assemelha-se à decisão de 2011, quando o movimento recém-nascido quis realizar uma reunião no mesmo dia e no mesmo local.

A delegada da Junta Eleitoral espera apenas que se “cumpram as regras do jogo” e que as pessoas possam ir “votar com tranquilidade”, lembrando que a polícia espanhola terá de “fazer cumprir a lei”, de forma “adequada e proporcional”, assegurando-se que a concentração “não aconteça”.