Facebook lança Instant Articles e entra a sério no jornalismo versão móvel

Rede social tem a partir desta quarta-feira “um produto para os editores criarem artigos mais rápidos e interactivos no Facebook”, disponível para iPhone.

Foto
Imagem do feed do Instant Articles Facebook

Os rumores de que o Facebook pretendia ter directamente artigos noticiosos na sua página já se arrastavam há muito e, no final de terça-feira, a empresa de Mark Zuckerberg encerrou o assunto com o anúncio de uma parceria com os norte-americanos The New York Times, National Geographic, BuzzFeed, NBC e The Atlantic e os europeus The Guardian, BBC News, Spiegel e Bild, cujos artigos seleccionados podem ser consultados através da app do Facebook para iPhone.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os rumores de que o Facebook pretendia ter directamente artigos noticiosos na sua página já se arrastavam há muito e, no final de terça-feira, a empresa de Mark Zuckerberg encerrou o assunto com o anúncio de uma parceria com os norte-americanos The New York Times, National Geographic, BuzzFeed, NBC e The Atlantic e os europeus The Guardian, BBC News, Spiegel e Bild, cujos artigos seleccionados podem ser consultados através da app do Facebook para iPhone.

Num post, o gerente de produto da rede social, Michael Reckhow, anunciou a Instante Articles, “um novo produto para os editores criarem artigos mais rápidos e interactivos no Facebook”, numa altura em que cada vez “mais pessoas acedem a notícias nos seus dispositivos móveis” e muitos dos utilizadores da rede social partilham conteúdos noticiosos a partir do seu perfil, principalmente através da aplicação do Facebook para smartphones e tablets.

A empresa fez as contas e diz que, em média, são precisos oito segundos para descarregar uma notícia e a ter acesso à mesma. Com a nova função, a “experiência de leitura torna-se até dez vezes mais rápida do que nos tradicionais artigos para web móvel”, deixando de ter que se abrir notícias em sites externos à rede social. Isto para o utilizador/leitor.

Aos editores, o Facebook oferece a possibilidade de tornar os seus conteúdos interactivos, através de fotografias, vídeos, mapas ou áudio, com contributos para o artigo do próprio jornalista ou de uma das pessoas visada na notícia ou reportagem. A parceria torna-se mais interessante para os nove editores que embarcam na aventura facebookiana por terem a possibilidade de vender publicidade juntamente com os artigos que publicam através da rede social.

O New York Times revela que, no âmbito a parceria, os editores podem vender e incorporar publicidade nos artigos, mantendo todas as receitas, ou permitir que seja o Facebook a vender os anúncios. Neste caso, a rede social fica com 30% dos rendimentos obtidos. Michael Reckhow sublinha no anúncio de Instant Articles que os editores podem “ter controlo sobre suas histórias, a experiência de marca e oportunidades de monetização”. Ou como resume o director de produto do Facebook, Chris Cox, a Instant Articles permite ao editores avançarem com “artigos de forma mais rápida e interactiva enquanto mantêm o controlo sobre os seus conteúdos e modelos de negócio”. Através da nova funcionalidade, a rede social permite ainda aos editores que reúnam dados sobre o número de utilizadores que acedem aos seus artigos.

Para a estreia de Instant Articles, foi lançada uma série especial de artigos do The New York Times, BuzzFeed, National Geographic, NBC e The Atlantic. Para já, os nove editores pretendem publicar poucos artigos por semana, uma situação que poderá ser alterada consoante o feedback inicial. “Vamos continuar a desenvolver a Instant Articles com os nossos parceiros ao longo dos próximos meses e ouvir o feedback dos leitores para nos ajudar a melhorar a experiência”, remata a empresa.

Na nota do Facebook, directores dos jornais norte-americano New York Times (NYT) e do britânico The Guardian antecipam o que esperam desta parceria. O presidente e CEO do NYT, Mark Thompson, sublinha que o jornal tem uma “audiência crescente no Facebook” mas que pretende aumentar o número de seguidores e “melhorar a experiência” de leitura dos artigos do jornal e “aprofundar o envolvimento” dos utilizadores/leitores com o NYT.

“O The Guardian está ansioso para testar como a nova plataforma pode fornecer uma experiência ainda mais envolvente para os nossos leitores”, afirma Tony Danker, director internacional do Guardian News & Media. Danker sublinha, no entanto, que “é vital que, ao longo do tempo, a Instant Articles ofereça benefícios recorrentes para os editores, cujo investimento contínuo em conteúdos originais sustenta o seu sucesso”.

Com mais de 1400 milhões de utilizadores em todo o mundo, grande parte a aceder à rede social em smartphones, o Facebook reúne a atenção que qualquer negócio deseja. “É ali que está a audiência. É demasiado grande para ser ignorada”, sublinha ao NYT Vivian Schiller, antiga executiva na NBC, New York Times e Twitter, que agora aconselha empresas de media e marcas sobre como se promover junto do mercado. James Bennet, chefe de redacção do The Atlantic, reforça essa ideia. Se por um lado, os editores “perdem o controlo sobre o meios de distribuição”, por outro estão a tentar com esta parceria que os “artigos cheguem ao maior número de pessoas possível, e em simultâneo continuar a criar um público fiel e entusiástico”.