Poeiras do Sara chegam a Portugal com o calor

Agência Portuguesa do Ambiente e Direcção-Geral da Saúde lançam alertas até à próxima quinta-feira.

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Poeiras do deserto estão sobre Portugal desde segunda-feira: um fenómeno comum Público

A Agência Portuguesa do Ambiente e a Direcção-Geral da Saúde já lançaram alertas para esta situação, que teve início na segunda-feira e se estende até quinta.

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A Agência Portuguesa do Ambiente e a Direcção-Geral da Saúde já lançaram alertas para esta situação, que teve início na segunda-feira e se estende até quinta.

Poeiras em excesso no ar afectam o sistema respiratório. É um dos tipos de poluição atmosférica mais preocupantes na Europa. A Direcção-Geral da Saúde recomenda aos cidadãos que, até quinta-feira, limitem a actividade física ao ar livre. As crianças, os idosos e os doentes respiratórios e cardiovasculares crónicos devem permanecer o máximo possível em casa, com as janelas fechadas.

Nesta terça-feira, os efeitos já se faziam sentir na qualidade do ar. A meio da tarde, a Agência Portuguesa do Ambiente atribuía a qualidade “média” a algumas regiões do país, como o Algarve, a península de Setúbal, Lisboa, o vale do Tejo e o Oeste e o litoral Norte.

Nuvens de poeiras do Sara sobre Portugal constituem um fenómeno natural recorrente. Muitas vezes, só são notadas depois de chover um pouco e as partículas depositam-se sobre automóveis, plantas ou janelas.

As previsões para a Península Ibérica, feitas pelo Centro de Supercomputação de Barcelona, mostram claramente a nuvem a chegar a Portugal e Espanha, a partir do Norte de África, evoluindo com diferentes graus de concentração conforme a região. O momento de maior concentração será às 18h de quarta-feira, com toda a península afectada. Ao mesmo tempo, não se prevê chuva nesse período (ver animações acima).

Portugal não vai estar no epicentro das maiores concentrações, surgindo nos mapas da previsão com as cores de menor gravidade. “Mas desde que apareça uma cor, quer dizer que temos partículas em cima de nós vindas do deserto”, explica Joana Monjardino, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.