Accionista da JM Retalho negoceia fusão com cadeia Delhaize

A concretizar-se, o negócio irá criar uma das 20 maiores redes de supermercados do mundo. Novo grupo de distribuição alimentar valerá 23 mil milhões de euros.

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KOEN VAN WEE/AFP
Num curto comunicado divulgado no site da Ahold, a empresa confirma ter iniciado “discussões preliminares com o grupo Delhaize para explorar a oportunidade de combinar as duas companhias”. “Estas discussões podem ou não resultar em transacções futuras. A empresa irá comunicar desenvolvimentos, caso existam, cumprindo os requerimentos regulatórios”, ressalva.

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Num curto comunicado divulgado no site da Ahold, a empresa confirma ter iniciado “discussões preliminares com o grupo Delhaize para explorar a oportunidade de combinar as duas companhias”. “Estas discussões podem ou não resultar em transacções futuras. A empresa irá comunicar desenvolvimentos, caso existam, cumprindo os requerimentos regulatórios”, ressalva.

Caso o negócio se concretize, a nova empresa irá directamente para a lista das 20 maiores do mundo, com forte presença nos Estados Unidos. De acordo com a Reuters, que cita dados da Deloitte, juntas, Ahold e Delhaize conseguem aumentar o seu poder de compra, valendo 23 mil milhões de euros, com vendas de 61,5 mil milhões e 6600 lojas. Só no mercado americano, a nova empresa ocuparia um lugar no top-10 mas atrás dos líderes Wal-Mart, Costco ou Krogar.

Esta não é a primeira vez que os dois operadores estão em conversações para unirem esforços. Em 2007 houve uma tentativa de fusão falhada. Os accionistas da Delhaize, uma empresa familiar, estão agora mais receptivos a avançar. Pelos cálculos dos analistas da ABN Amro, as poupanças de custos são da ordem dos 35%.

O negócio poderá ajudar as empresas a enfrentar a forte concorrência dos gigantes Aldi e Lidl e é uma operação que se destaca num sector onde tem havido poucas fusões nos últimos anos, marcados pela crise financeira. Os operadores têm estado mais focados em impulsionar o mercado doméstico, num ambiente de fortes promoções e descontos e de crescimento das lojas de menor dimensão, em detrimento dos hipermercados.

A Ahold tem seguido esta estratégia de proximidade, apostando nos produtos frescos e no comércio online, que ainda está em fase de desenvolvimento no retalho alimentar.