Estudo diz que é o utilizador que torna o feed de notícias no Facebook pouco diversificado

Investigadores da rede social indicam que os algoritmos têm pouca influência quando o utilizador se isola de determinadas informações ou notícias.

Foto
O Facebook tem 1130 milhões de utilizadores diários Michael Dalder/Reuters

Durante seis meses, entre Julho de 2014 e Janeiro de 2015, investigadores do Facebook analisaram de forma anónima perto de 10 milhões de perfis criados nos Estados Unidos. Mais de sete milhões de links distintos foram partilhados por pessoas na rede social, mais uma vez, apenas naquele país. Durante o processo, a equipa tentou compreender a frequência com que os utilizadores são expostos a notícias, seja sobre política, economia, diplomacia, ou mesmo peças sobre celebridades ou programas de televisão, por exemplo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Durante seis meses, entre Julho de 2014 e Janeiro de 2015, investigadores do Facebook analisaram de forma anónima perto de 10 milhões de perfis criados nos Estados Unidos. Mais de sete milhões de links distintos foram partilhados por pessoas na rede social, mais uma vez, apenas naquele país. Durante o processo, a equipa tentou compreender a frequência com que os utilizadores são expostos a notícias, seja sobre política, economia, diplomacia, ou mesmo peças sobre celebridades ou programas de televisão, por exemplo.

Segundo o estudo, os amigos do utilizador e as histórias que estes publicam e partilham reflectem as suas preferências ideológicas. Mesmo assim, os investigadores concluíram que o utilizador continua a ser exposto a posts onde podem estar reflectidas posições contrárias às suas. No entanto, essa exposição é diminuta.

O algoritmo do Facebook faz uma espécie de triagem de opiniões contrárias às do utilizador e suprime-as em 8% dos casos para liberais e em 5% para conservadores. Pelo lado do utilizador, que manifesta as suas preferências pessoais, a exposição a conteúdos tidos como liberais é reduzida em 6% e a conteúdos conservadores em 17%. Os investigadores concluem que os algoritmos do Facebook suprimem conteúdos que se afastam das ideologias do utilizador numa percentagem inferior aos que são suprimidos pelo próprio utilizador através das suas escolhas quando utiliza a rede social.

A investigação determinou, nesse sentido, que nos utilizadores que se afirmaram liberais ou conservadores quanto à sua filiação política ou ideológica, em média, 23% dos amigos desses utilizadores manifestaram posturas políticas diferentes.

O feed de notícias mostra conteúdos que são “ligeiramente mais alinhados” com as ideologias do utilizador, mas os amigos que o utilizador aceitou e os conteúdos de que gosta e partilha “são factores mais importantes do que o ranking estabelecido pelo feed de notícias”, acrescenta o estudo.

O estudo sugere, assim, que não são os algoritmos do Facebook que levam a que um perfil seja politicamente unilateral, mas as próprias escolhas feitas pelo utilizador, ao manifestar que gosta de um tema ou ao ignorar certas histórias.