Primeiro-ministro italiano critica Europa por andar em torno de sucessivas “emergências”
Matteo Renzi interveio na conferência sobre o Estado da União.
“Dá a impressão que é o continente da emergência mas que não tem uma estratégia”, disse o chefe de Governo italiano, referindo-se às emergências da Ucrânia e do problema dos emigrantes do Norte de África que chegam por barco.
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“Dá a impressão que é o continente da emergência mas que não tem uma estratégia”, disse o chefe de Governo italiano, referindo-se às emergências da Ucrânia e do problema dos emigrantes do Norte de África que chegam por barco.
Matteo Renzi sublinhou, no entanto, uma “parte positiva”: “Temos todas as condições. Mas temos de fazer um projecto da Europa”, defendeu o líder do Partido Democrático, lembrando que já houve uma evolução positiva no último ano. A União Europeia, recordou, assume que o Pacto é de “estabilidade mas também de crescimento” e que “finalmente aceitou a “flexibilidade para além do rigor”.
A conferência anual sobre o Estado da União, que nesta edição incide sobre o futuro da Europa, é encerrada esta sexta-feira à tarde pelo primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho.
Matteo Renzi, o chefe de Governo italiano mais jovem de sempre (39 anos), tem sido um forte crítico das políticas de austeridade na Europa. Na sua intervenção, Renzi defendeu que a Europa tem de “recuperar a sua dimensão nobre, a sua dimensão cultural, espiritual”, sob pena de não conseguir lidar com África e com o drama das pessoas que tentam entrar no continente europeu.
A finalizar o discurso, o primeiro-ministro italiano rematou: "O mundo precisa da Europa."