Foi a vez de Guardiola sofrer com Messi

Barcelona derrotou Bayern Munique por 3-0 no jogo da primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões.

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Messi marcou dois golos e fez o passe para o terceiro Gustau Nacarino/Reuters

Depois de ter saído no final de 2011-12, este era um regresso de Pep Guardiola a uma casa onde já tinha sido tudo, apanha-bolas, jogador, treinador, adepto. Passaria a ser mais uma coisa, um adversário, embora os adeptos catalães nunca pudessem considerar como inimigo alguém que, na sua essência, era um deles. Para lá do reencontro emocional com o seu símbolo, havia uma dimensão de vingança neste jogo, a remeter para a humilhação nas meias-finais da Champions em 2012-13, em que o Bayern destruiu o Barcelona por um resultado acumulado de 7-0.

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Depois de ter saído no final de 2011-12, este era um regresso de Pep Guardiola a uma casa onde já tinha sido tudo, apanha-bolas, jogador, treinador, adepto. Passaria a ser mais uma coisa, um adversário, embora os adeptos catalães nunca pudessem considerar como inimigo alguém que, na sua essência, era um deles. Para lá do reencontro emocional com o seu símbolo, havia uma dimensão de vingança neste jogo, a remeter para a humilhação nas meias-finais da Champions em 2012-13, em que o Bayern destruiu o Barcelona por um resultado acumulado de 7-0.

Este Barcelona que se reencontrou com Pep pode ter muita coisa diferente, mas quem verdadeiramente faz a diferença continua a ser o mesmo. O jogo pode parecer equilibrado, mas Messi é o verdadeiro inimigo dos jogos sem golos. Mais uma vez, foi o que aconteceu. O argentino não teve pena do seu pai futebolístico e Guardiola não teve antídoto para o fabuloso jogador que ajudou a construir.

O Barcelona entrou com todas as suas armas em campo, leia-se o seu trio atacante de sonho composto por Messi, Neymar e Suaréz. Já o Bayern voltava a apresentar-se sem os seus alas Ribéry e Robben, mas, como ficara provado na segunda mão da eliminatória com o FC Porto, os bávaros não precisam deles para serem goleadores. E ter Manuel Neuer na baliza é sempre uma mais-valia.

O guarda-redes alemão fez um par de defesas com os pés que mantiveram o marcador em branco, primeiro aos 12’, travando um contra-ataque conduzido por Suaréz, depois, aos 39’, a deter um remate de Dani Alves, após um passe magnífico de Iniesta. Pelo meio, uma oportunidade falhada por Neymar na pequena área, aos 15’, e uma rara incursão bávara no ataque aos 18’ em que Lewandowsi falhou o remate por pouco, após cruzamento de Muller.

O tempo foi passando e o Bayern parecia estar a aguentar. Guardiola estava a ser feliz no seu regresso a Camp Nou e neste seu reencontro com Luis Enrique, antigo colega no Barça e seu duplo sucessor — Enrique substituiu Guardiola no Barcelona B. Mas qualquer jogo que tenha Messi — e este era o seu 100.º jogo europeu — tem forte probabilidade de ter golos. Aos 77’, Dani Alves furou pelo seu flanco e deixou a bola no argentino que, de fora da área, desfez o nulo. Três minutos depois, o génio tinha definitivamente saído da lâmpada e andava à solta no relvado. Messi recebeu a bola da área alemã, atirou Boateng ao chão com uma finta de corpo e fez o “chapéu” perfeito a Neuer.

Uma eliminatória com dois golos de desvantagem não era nada que este Bayern não tivesse recuperado já esta época, mas o marcador ainda haveria de funcionar mais uma vez. No tempo de compensação, Messi lançou Neymar em corrida e o brasileiro só parou quando ficou em posição de alvejar a baliza do Bayern. A bola é que continuou a viagem e só descansou já dentro da baliza.