FC Porto, procura-se

Com 45 minutos catastróficos em Munique, os “dragões” saíram pela porta pequena da Champions. O resultado reflecte a desastrosa exibição portista.

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Explicar o descalabro do FC Porto na Allianz Arena com a colocação de Reyes na direita da defesa pode ser redutor, mas a substituição do mexicano por Ricardo, aos 32’, foi um óbvio mea culpa de Lopetegui. Sem Danilo e Alex Sandro, dois jogadores sem substitutos à altura no plantel, o treinador basco colocou, como se esperava, Indi na esquerda, mas Reyes era uma carta, aparentemente, fora do baralho. Sem rotinas na equipa e completamente desadaptado à posição, o mexicano, que acabou “queimado” pelo próprio treinador, teve um desempenho que foi um reflexo perfeito da exibição do FC Porto: catastrófica.

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Explicar o descalabro do FC Porto na Allianz Arena com a colocação de Reyes na direita da defesa pode ser redutor, mas a substituição do mexicano por Ricardo, aos 32’, foi um óbvio mea culpa de Lopetegui. Sem Danilo e Alex Sandro, dois jogadores sem substitutos à altura no plantel, o treinador basco colocou, como se esperava, Indi na esquerda, mas Reyes era uma carta, aparentemente, fora do baralho. Sem rotinas na equipa e completamente desadaptado à posição, o mexicano, que acabou “queimado” pelo próprio treinador, teve um desempenho que foi um reflexo perfeito da exibição do FC Porto: catastrófica.

A história dos “dragões” está pincelada com alguns momentos baixos a nível europeu, mas será, certamente, quase impossível para um adepto portista encontrar algo parecido com o que se passou na Allianz Arena na sua memória recente. Durante 73 minutos, o FC Porto não fez um remate à baliza de Neuer e deixou uma imagem de debilidade que poucos acreditariam ser possível antes do jogo começar.

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O Bayern surgiu em campo sem o holandês, sem Ribéry, sem Schweinsteiger, sem Javi Martínez, sem David Alaba. Em relação ao primeiro jogo, no Dragão, a única alteração de Guardiola foi a troca do desastrado Dante, por Badstuber no centro da defesa. O que mudou então? O FC Porto.

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O início de jogo até esteve longe de ser complicado para os “dragões”. Paciente, o Bayern entrou a meio-gás, mas embora, nos primeiros 10 minutos, Fabiano não tenha sido obrigado a fazer qualquer defesa, rapidamente ficou óbvio que bola nos pés dos jogadores do FC Porto era, invariavelmente, bola perdida. E os alemães, com tempo para pensar e espaço nas alas (Reyes colou-se sempre aos centrais, dando liberdade a Götze), foram crescendo e quando carregaram no turbo, foi o caos na defesa “azul-e-branca”.

O primeiro aviso surgiu aos 10’: depois de um livre marcado por Fabiano dentro da área portista, o Bayern recuperou a bola, Müller foi lançado em velocidade, rematou para defesa de Fabiano e, na recarga, Lewandowski acertou no poste. Era o início do fim do FC Porto. Quatro minutos depois, Bernat teve todo o espaço do mundo na esquerda (onde andava Reyes?), colocou na área e Thiago, com os seus 172 centímetros, marcou de cabeça no meio dos centrais. Reacção “azul-e-branca”? Zero. Sem conseguir jogar no meio-campo do Bayern, o FC Porto na respirava e os alemães não perdoaram: aos 22’, Boateng fez o segundo após um canto; aos 27’, Lewandowski o terceiro concluindo uma grande jogada.

Lopetegui, que corria de um lado para o outro à frente do seu banco, respondeu tirando Reyes, mas os estragos já estavam feitos. Com Ricardo na direita, um remate de Müller, sofreu um desvio de Indi pelo meio e a colaboração de Fabiano, terminando no fundo da baliza. Quatro minutos depois, com o desnorte completo na defesa portista, Lewandowski bisou. Há 77 anos que o FC Porto não sofria cinco golos nos primeiros 45 minutos.

Com um 5-0 em cima, Lopetegui tirou Quaresma e pareceu começar já a pensar no próximo “desafio colossal” que terá domingo: deslocação à Luz. O Bayern, no entanto, já era outro. Com a eliminatória nas duas mãos, os germânicos controlaram na segunda parte, mas numa altura em que Lopetegui também já tinha abdicado de Brahimi, Jackson, sempre Jackson, marcou no primeiro remate portista à baliza de Neuer. O jogo, porém, acabou com um livre perfeito de Xabi Alonso, que colocou no marcador um 6-1 nunca visto no reinado de Pinto da Costa. A última vez que os “dragões” tinham sofrido tamanho desaire, foi a 13 de Setembro de 1978, contra o AEK Atenas.