Morreu a escritora, feminista e católica Ana Vicente

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Ana Vicente foi autora de vários livros, dos temas históricos à literatura infantil Daniel Rocha

Nascida em 1943, filha de mãe inglesa e pai português, foi professora e tradutora no início da carreira, e depois do 25 de Abril trabalhou na Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, instituição da qual foi presidente entre 1992 e 1996.

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Nascida em 1943, filha de mãe inglesa e pai português, foi professora e tradutora no início da carreira, e depois do 25 de Abril trabalhou na Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, instituição da qual foi presidente entre 1992 e 1996.

Esteve também ligada ao Programa Nacional de Combate à Droga, Projecto VIDA, e trabalhou nos gabinetes de Maria de Lourdes Pintassilgo e de Maria Leonor Beleza. Foi consultora do Fundo das Nações Unidas para a População e membro do Movimento Internacional “Nós Somos Igreja”.

Publicou vários livros, entre os quais Arcádia – Notícia de uma Família Anglo-Portuguesa (2006) no qual contou a história da sua família, As Mulheres em Portugal na Transição do Milénio (1998); As Mulheres Portuguesas vistas por Viajantes Estrangeiros, sec. XVIII, XIX e XX (2000 e 2001); Ser Igreja (org. por Ana Vicente e Leonor Xavier), (2007). Foi também autora de livros infantis: O H Perdeu uma PernaPara que serve o Zero?Onde está o Mi?Onde acaba o Arco-Íris?Como passa o Tempo?, todos com ilustrações de Madalena Matoso (2005-2008).

Numa entrevista em Julho de 2013 à Revista 2 do PÚBLICO, conduzida por Anabela Mota Ribeiro, Ana Vicente falou, ao lado da filha, Filipa Vicente, dos seus pais, que descreveu como pessoas “especiais”, do seu percurso de vida, da importância do feminismo, e também da doença: “Ter um cancro é uma experiência que muitíssimos doentes vêem como uma nova e não necessariamente terrível fase da vida. […]Tenho fé, mas sei que quem a não tem pode ter as mesmas experiências que eu: encarar a mortalidade mais ou menos próxima, ninguém sabe, com naturalidade, e desfrutar de novas amizades que se podem encontrar, inclusive, entre os profissionais de saúde que frequentemente nos circundam. A doença aproximou-me da minha família e das minhas amigas e amigos.”

O velório é na Igreja de Santo António do Estoril para onde está marcada uma missa às 19h45 desta segunda-feira. O funeral será ao meio-dia de terça-feira.

Notícia actualizada dia 20 de Abril com o local do velório