Em pó ou em spray: 18% dos ovos consumidos são transformados

Segurança alimentar faz com que hotéis, restaurantes e pastelarias não usem ovos no seu estado natural e prefiram versões industriais, em pó ou spray. Sector vale, no global, 150 a 200 milhões de euros em Portugal.

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Derovo concentra em Portugal a transformação de ovo Sérgio Azenha/Arquivo

Na União Europeia, a média é 25%, mas chega aos 50% em Itália onde o consumo de produtos com ovo (massas, por exemplo) é elevado. Em França, 30% dos ovos consumidos não têm casca, nem vem em caixas de cartão com seis divisões. “As questões de segurança alimentar, nomeadamente a salmonella, levaram a que estes derivados passassem a ter peso no consumo”, diz Amândio Santos, presidente da Portugal Foods e membro do comité da Internacional Egg Commission que, até amanhã, reúne em Lisboa 300 congressistas.

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Na União Europeia, a média é 25%, mas chega aos 50% em Itália onde o consumo de produtos com ovo (massas, por exemplo) é elevado. Em França, 30% dos ovos consumidos não têm casca, nem vem em caixas de cartão com seis divisões. “As questões de segurança alimentar, nomeadamente a salmonella, levaram a que estes derivados passassem a ter peso no consumo”, diz Amândio Santos, presidente da Portugal Foods e membro do comité da Internacional Egg Commission que, até amanhã, reúne em Lisboa 300 congressistas.

O ovo pasteurizado em pó, desidratado por atomização, por exemplo, é vendido em pacotes de 25 quilos pela empresa Derovo, que em Portugal concentra este negócio. Com validade prolongada, mais fácil de transportar, é uma solução usada pela hotelaria e restauração. Também se vendem baldes de ovos de galinha já cozidos em salmoura (que contém água, sal e reguladores de acidez como ácido cítrico, ácido acético).

“A procura mundial de ovo tem crescido enormemente porque a população cresce tal como o consumo de proteína. E a proteína do ovo é das mais económicas em comparação com outras. Os países com aumento de população são os que registam maior aumento do consumo de ovo,  como nas regiões da Ásia, América Latina e África. E a industrialização da produção permite oferecer esta proteína a um custo muito interessante”, diz Amândio Santos, acrescentando que o ovo em estado natural é o “grande impulsionador” desta tendência.

Portugal é auto-suficiente em ovos mas tem um dos consumos percapita mais reduzidos: 165 contra 240 em Espanha, ou 380 no México e 385 no Japão. “É um sector que está modernizado em termos de exploração e que investir 70 milhões de euros nos últimos cinco anos para assegurar o bem-estar animal e hoje apresenta uma situação de segurança alimentar”, diz o responsável. O negócio vale no total entre 150 a 200 milhões de euros por ano e a produção cresceu 6% nos últimos 12 meses.

“O sector tem um pouco mais de seis milhões de galinhas e há uma dúzia de empresas que dominam o sector. No total, deveremos ter umas 80 empresas”, adianta ao PÚBLICO.

A China é o maior produtor do mundo, mas em termos individuais ganha o México, com 28 milhões de galinhas. Só os membros da Internacional Egg Commission representam um volume de facturação na ordem dos 60.000 milhões de euros por ano.