Carro sem condutor faz 5400 quilómetros nos EUA

Teste com viatura equipada com tecnologia da empresa Delphi incluiu condução sob várias condições atmosféricas e de trânsito.

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O carro escolhido para testar a tecnologia da Delphi Automotive PLC foi um Audi SQ5, que no passado dia 22 de Março partiu da zona da Golden Gate Bridge, em São Francisco, com destino a Nova Iorque, passando durante os nove dias em que durou a viagem por 15 cidades.

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O carro escolhido para testar a tecnologia da Delphi Automotive PLC foi um Audi SQ5, que no passado dia 22 de Março partiu da zona da Golden Gate Bridge, em São Francisco, com destino a Nova Iorque, passando durante os nove dias em que durou a viagem por 15 cidades.

O objectivo do projecto da empresa norte-americana era demonstrar as capacidades das tecnologias para uma condução de um veículo sem condutor e também reunir dados que pudessem ser utilizados posteriormente para desenvolver formas de condução segura e autónoma – a próxima grande aposta da indústria automóvel.

“Durante a viagem pelo país, o veículo será desafiado a ultrapassar uma variedade de condições provocadas pela mudança do tempo e de terreno a potenciais perigos de condução – coisas que nunca poderiam ser realmente testadas em laboratório”, explicou a empresa no dia do lançamento da experiência.



O carro, a que deram o nome de teste de Roadrunner, teve sempre uma pessoa ao volante devido às imposições legais dos vários estados por onde a viatura passou. Apesar de já serem permitidos testes de viaturas sem condutor na Califórnia, por exemplo, na maioria dos estados norte-americanos ainda não existe legislação para viaturas de condução automatizada, essencialmente devido a razões de segurança.

No Audi testado nesta experiência, a Delphi colocou tecnologia para permitir que a viatura tomasse decisões mais complicadas, como contornar obstáculos, reagir perante a presença de peões ou de ciclistas, ou determinar as margens certas de distância em situações de engarrafamento do trânsito ou em circulação numa auto-estrada.

O carro foi equipado com seis radares de longo alcance e quatro de curto alcance, três câmaras, um sistema de localização e software com sistemas de assistência à condução avançada. Este software permitiu à viatura tomar decisões semelhantes às de um condutor humano, como saber quando entrar ou sair de uma auto-estrada, circular em ruas com mais trânsito ou com passadeiras, ou contornar obstáculos em segurança.

Segundo a Delphi, 99% da viagem foi feita com o carro em modo automatizado. “Com uma performance excepcional, o carro navegou por montanhas, em condições de calor, de congestionamento de trânsito, ultrapassou camiões, passou por estradas em construção, por condutores agressivos”, sublinha a empresa em comunicado. O objectivo da Delphi não é construir carros que possam circular sem condutor mas desenvolver a tecnologia que permite esta opção.