Palestinianos mobilizam-se para apoiar refugiados de Yarmouk

Campo adjacente a Damasco é alvo do Estado islâmico que o quer tornar numa "porta de entrada" para a capital da Síria.

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Manifestações por apoio aos palestinianos de Yarmouk em Jerusalém AHMAD GHARABLI/AFP
Um alto responsável da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Ahmed Majdalani, explicou à AFP que vai a Damasco discutir com os responsáveis do Governo de Bashar al-Assad “formas de proteger” os palestinianos em Yarmouk. Considera que Assad é o primeiro interlocutor: “o Governo é a parte principal, é ele o responsável pela segurança na Síria e pela protecção do campo” de refugiados, disse.

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Um alto responsável da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Ahmed Majdalani, explicou à AFP que vai a Damasco discutir com os responsáveis do Governo de Bashar al-Assad “formas de proteger” os palestinianos em Yarmouk. Considera que Assad é o primeiro interlocutor: “o Governo é a parte principal, é ele o responsável pela segurança na Síria e pela protecção do campo” de refugiados, disse.

Nos últimos dias, a OLP organizou a retirada de duas mil pessoas deste campo de refugiados adjacente a Damasco e que o EI quer tornar na sua porta de entrada na capital síria. Quando os jihadistas entraram no campo, na semana passada e com o auxílio da Frente al-Nusra (o ramo sírio da Al-Qaeda), viviam ali 18 mil pessoas e o campo de refugiados tornou-se num campo de batalha.

A OLP apelou a “todos os movimentos para se porem de acordo imediatamente para proteger o campo” e lembrou a “obrigação de se proteger os civis e de se deixar entrar imediatamente ajuda humanitária e médica”.

O campo estava há um ano cercado pelas tropas de Bashar al-Assad e as Nações Unidas alertaram para a catástrofe humanitária que os refugiados palestinianos estavam a viver. Majdalani explicou que Yarmouk tem uma localização estratégica e que o Estado Islâmico pretende ali instalar uma base a partir da qual lançar ataques contra a capital política da Síria, Damasco. O grupo controla vastas regiões deste país e também do Iraque, tendo auto-proclamado um califado.

“Não queremos que o nosso povo pague o preço desta batalha que não é a sua”, disse Majdalani.

Na Faixa de Gaza, dezenas de personalidades políticas, entre elas deputados do Hamas, manifestaram-se em frente do Parlamento palestiniano para pedir às partes em luta para pararem os ataques. Defenderam que Yarmouk se torne um “campo neutro”, como disse Mohamed Faraj al-Ghoul, dirigente do movimento islamista.

Em Gaza, uma centena de mulheres manifestou-se em frente da delegação da ONU fazendo um apelo aos países árabes e à ONU para ajudarem Yarmouk.