Co-piloto da Germanwings queria ser "recordado"

Jornal alemão Bild entrevista uma mulher que diz ser ex-namorada de Andreas Lubitz. Maria W terminou a relação por ser ter "tornado cada vez mais evidente que ele tinha um problema".

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Andreas Lubitz é acusado de ter provocado o desastre REUTERS

A mulher, que surge na fotografia publicada na capa do jornal de costas e com um gorro a tapar-lhe toda a cabeça, diz que Andreas Lubitz tinha a vontade de ser recordado para sempre. "Um dia vou fazer algo que irá mudar todo o sistema, e então todos ficarão a saber o meu nome e irão recordá-lo", terá dito o co-piloto no ano passado, de acordo com a mulher que o jornal alemão diz ser a sua ex-namorada.

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A mulher, que surge na fotografia publicada na capa do jornal de costas e com um gorro a tapar-lhe toda a cabeça, diz que Andreas Lubitz tinha a vontade de ser recordado para sempre. "Um dia vou fazer algo que irá mudar todo o sistema, e então todos ficarão a saber o meu nome e irão recordá-lo", terá dito o co-piloto no ano passado, de acordo com a mulher que o jornal alemão diz ser a sua ex-namorada.

"Nunca percebi o que ele queria dizer com aquilo, mas agora tudo faz sentido", disse a entrevistada. Mary W. disse ainda que Andreas Lubitz costumava "acordar à noite com pesadelos e a gritar 'Vamos despenhar-nos'", e que "ele sabia como esconder das outras pessoas o que estava a acontecer dentro dele".

Com base na caixa que grava os sons na cabina dos aviões, as equipas que estão a investigar o desastre fizeram saber que o cenário mais provável é que o co-piloto tenha lançado o Airbus A320 da Germanwings contra as montanhas dos Alpes franceses, matando-se e matando as outras 149 pessoas que seguiam a bordo.

Nos últimos dias sucederam-se notícias que põem em causa a saúde mental de Andreas Lubitz. Os procuradores que lideram as investigações revelaram na quinta-feira que encontraram "documentos médicos" que indicam que o co-piloto estava a ser medicado, mas não especificaram a natureza da doença.

"Foram encontrados atestados médicos rasgados – também correspondentes ao dia do desastre –sustentando, depois de um exame preliminar, o pressuposto de que o falecido escondeu a sua doença ao empregador e círculos profissionais", lê-se no comunicado. Para além dos comprovativos de que Lubitz estava a ser medicado, os investigadores descobriram uma baixa médica que incluía a data do voo da Germanwings – segundo este documento, o co-piloto não estava capaz de se apresentar ao trabalho no dia do desastre.

Até ao momento não foram encontradas notas de suicídio nem reivindicações de qualquer acto terrorista ou de outra natureza.

A companhia Germanwings disse em comunicado que não foi notificada sobre a baixa médica de Andreas Lubitz – uma informação que teria de ser feita pelo próprio à sua entidade patronal.

A lowcost Germanwings é detida na totalidade pela Lufthansa, a maior companhia aérea europeia, reconhecida pelo seu historial de segurança. O desastre da passada terça-feira foi o primeiro no grupo alemão desde 1993, quando quatro passageiros morreram num voo da Lufthansa CityLine (uma filial regional) e um passageiro e um elemento da tripulação morreram durante uma aterragem atribulada na Polónia.