Marques Guedes pede consenso no debate sobre natalidade

Parlamento discute “problema nacional” em Abril. Ministro da Presidência pede que seja encontrada uma base de trabalho comum.

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Marques Guedes: “A busca de compromissos é uma modalidade com muito poucos adeptos e ainda menos praticantes na política portuguesa” Daniel Rocha

“Espero mesmo que se tenha caminhado para um espaço de consenso, nomeadamente por parte dos diferentes partidos políticos, quanto à prioridade a dar às políticas de natalidade”, disse Marques Guedes em Viseu durante um seminário intitulado A crise da natalidade e o futuro do país: temos respostas?.

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“Espero mesmo que se tenha caminhado para um espaço de consenso, nomeadamente por parte dos diferentes partidos políticos, quanto à prioridade a dar às políticas de natalidade”, disse Marques Guedes em Viseu durante um seminário intitulado A crise da natalidade e o futuro do país: temos respostas?.

O governante pediu um “esforço colectivo” para que seja encontrada uma base de trabalho comum que permita “uma estratégia sustentada acima das mudanças do exercício do poder político” e para uma causa que considera ser “um problema nacional”.

“A busca de compromissos para a resolução de problemas que são nacionais é uma modalidade com muito poucos adeptos e ainda menos praticantes na política portuguesa, mas é uma cultura que precisamos de inverter”, sustentou o governante. “Se nada se fizer, caminhamos para um encolhimento da nação portuguesa em cerca de um terço até 2050 e, num quadro como este, em curto, médio prazo, estamos confrontados com a insustentabilidade do Estado Social como o conhecemos e a potenciar um dramático conflito entre gerações”, alertou.

Também Joaquim Azevedo, que presidiu à Comissão Independente para uma Política de Natalidade e que elaborou o relatório pedido pelo PSD no ano passado, disse, no mesmo seminário, que Portugal está com um problema “muito grave” em mãos” e ao qual é preciso responder com “urgência”.

O autor do relatório Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade: 2015-2035 voltou a alertar que o modelo do Estado Social pode estar em causa.

"A situação é demasiado grave, mas a generalidade das pessoas não tem consciência da gravidade da situação em termos de futuro. Tudo isto compromete claramente o tipo de vida que construímos ao longo destes 40 anos e a sobrevivência do próprio modelo de Estado Social", lamentou.