Desperdício de comida nas cantinas da Universidade do Minho caiu para metade

Campanha pensada e levada a cabo por alunos ajudou a diminuir resíduos alimentares para menos de duas toneladas por mês, em ano e meio.

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Há um ano e meio, o desperdício de comida chegava às quatro toneladas, nas cantinas da Universidade do Minho DANIEL ROCHA

Celeste Pereira, dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), admite alguma surpresa com o efeito conseguido em ano e meio, e que reduziu de quatro para menos de duas toneladas os resíduos alimentares produzidos mensalmente nas cantinas. E tendo em conta que o número de refeições servidas em 2014 até subiu 10%, face ao ano anterior, esta responsável não tem dúvidas e associa o sucesso do programa à campanha levada a cabo por estudantes.

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Celeste Pereira, dos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), admite alguma surpresa com o efeito conseguido em ano e meio, e que reduziu de quatro para menos de duas toneladas os resíduos alimentares produzidos mensalmente nas cantinas. E tendo em conta que o número de refeições servidas em 2014 até subiu 10%, face ao ano anterior, esta responsável não tem dúvidas e associa o sucesso do programa à campanha levada a cabo por estudantes.

Em 2013, os Serviços de Acção Social abordaram os responsáveis pelo Curso de Ciências da Comunicação. E no âmbito da cadeira de publicidade, foram desenvolvidos vários trabalhos de grupo, o melhor dos quais, que implicava a proposta de criação de um movimento, foi premiado pelos SASUM.

Desde então, estudantes têm tentado envolver estudantes e outros membros da academia minhota neste objectivo de diminuir as sobras nos pratos. Há brigadas a percorrer as cantinas, os sacos de papel onde são colocados os talheres têm mensagens instigadoras de mudanças de comportamento, os alunos que mais contribuem para este esforço recebem um pin do movimento e até um prémio de fotografia foi criado, explica Celeste Pereira. Na sua página do Facebook, o movimento partilha notícias sobre o desperdício alimentar no mundo e, por estes dias, celebra o feito alcançado em pouco mais de um ano.

Numa reportagem recente na revista 2, do PÚBLICO, com link partilhado na página do Facebook do movimento, lê-se que só no sector agro-alimentar, “somando as 77 mil toneladas perdidas na indústria que processa os alimentos, entre o campo e as fábricas, desperdiçam-se no total 409 mil toneladas por ano. Pondo as coisas em perspectiva: a comida desperdiçada daria para encher os 320 mil contentores de lixo que existem no país”.

O desperdício das cantinas da Universidade do Minho cai fora destes números, mas a academia minhota está a dar o seu contributo para um problema global - um terço dos alimentos produzidos para consumo humano perde-se ou desperdiça-se em todo o mundo – e pretende alargar este esforço para fora do campus. Celeste Pereira diz ter sido contactada por escolas secundárias da região, e até gostaria que outras universidades olhassem atentamente para esta campanha cujo sucesso, admite, se deve ao envolvimento dos alunos, e da restante comunidade académica, nos objectivos traçados.