Inflação na zona euro recupera mas continua negativa

Impacto da queda dos preços dos combustíveis é agora menos acentuado.

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O resultado da estimativa rápida produzida pelo gabinete de estatísticas europeu ficou ligeiramente acima daquilo que era esperado pelos analistas. Um inquérito realizado pela agência Bloomberg previa que a taxa de inflação homóloga nos 19 países do euro subisse dos -0,6% de Janeiro para -0,4%.

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O resultado da estimativa rápida produzida pelo gabinete de estatísticas europeu ficou ligeiramente acima daquilo que era esperado pelos analistas. Um inquérito realizado pela agência Bloomberg previa que a taxa de inflação homóloga nos 19 países do euro subisse dos -0,6% de Janeiro para -0,4%.

A subida para -0,3% mostra que o impacto da descida de preços dos combustíveis, que se sentiu com muita força em Janeiro, reduziu-se de forma mais significativa do que o esperado em Fevereiro.

Estes números são boas notícias para o Banco Central Europeu (BCE), que começa durante o presente mês de Março a realizar compras de dívida pública para tentar reduzir as pressões deflacionistas que se sentem actualmente na zona euro.

Ainda assim, apesar desta subida, a verdade é que a taxa de inflação homóloga se mantém em terreno negativo e os analistas adivinham que a variação dos preços dos produtos menos voláteis (isto é, excluindo bens como os combustíveis e os alimentos) se mantém bastante estável num mínimo histórico desde a criação do euro.

“Não há qualquer indicação de que a tendência na inflação subjacente tenha mudado. Se se retirar os elementos voláteis, principalmente os preços do petróleo, a inflação permanece baixa e a tendência subjacente é extremamente fraca”, afirma Jacques Cailloux, um economista do banco Nomura, à agência Reuters.

Existe receio de que o prolongamento desta tendência de inflação muito baixa ou negativa possa criar nas empresas e nas famílias a expectativa permanente de baixa de preços, conduzindo estes a adiarem decisões de investimento e consumo que afectam o desempenho da economia. Nesse caso, a zona euro entraria num cenário de deflação do qual é muito difícil de sair.

Para evitar isso, o BCE está agora a lançar um programa de compra de activos, incluindo dívida pública, que tem o objectivo de combater a deflação. Alguns economistas temem, contudo, que a decisão possa ter sido tomada já demasiado tarde.