Pedidos de renúncia à nacionalidade portuguesa aumentaram 57%

Noventa e um emigrantes pediram para deixarem de ser portugueses.

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Juros a cinco anos caem para 10,060% Rui Gaudêncio

Os emigrantes portugueses na Noruega foram os que mais apresentaram renúncias à nacionalidade portuguesa, 21, seguidos pelos que vivem em Andorra, com 19 pedidos. O Luxemburgo, um país que permite a dupla nacionalidade desde 2009, assume o terceiro lugar, com 12 emigrantes a quererem deixar de ter nacionalidade portuguesa.

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Os emigrantes portugueses na Noruega foram os que mais apresentaram renúncias à nacionalidade portuguesa, 21, seguidos pelos que vivem em Andorra, com 19 pedidos. O Luxemburgo, um país que permite a dupla nacionalidade desde 2009, assume o terceiro lugar, com 12 emigrantes a quererem deixar de ter nacionalidade portuguesa.

Os pedidos apresentados na Holanda surgem em quarto lugar, com dez renúncias, seguidos pelos emigrantes que se encontram na Índia, Suíça e Singapura. Dos Estados Unidos, da Alemanha e da Austrália chegaram, no ano passado, seis pedidos (dois de cada um) e o país que registou o menor número de pedidos de renúncia foi a França, com apenas uma pessoa a fazê-lo.

As renúncias não exigem qualquer justificação e têm por base “a vontade do próprio interessado”, exigindo apenas que a pessoa tenha outra nacionalidade para além da portuguesa, explicou fonte da Conservatória dos Registos Centrais. Esta situação faz com que seja difícil analisar os dados e ter certezas em relação ao “porquê” desta tendência.

José Cesário, o secretário de Estado das Comunidades, não considera que haja “alguma espécie de movimento” e relembra que cada pedido deve ser analisado individualmente para perceber quais as motivações predominantes.

No entanto, mesmo sem saber as razões que estão a levar mais pessoas a desvincular-se do país, o secretário de Estado relembra que “para aceder a determinados tipos de funções, por vezes, o facto de ter outra nacionalidade pode não ajudar”.

José Cesário manifestou-se esta quarta-feira pouco preocupado com o aumento dos pedidos de renúncia. Apesar de, nos últimos três anos, 211 pessoas terem renunciado à nacionalidade portuguesa, o secretário de Estado considerou o resultado do ano passado “perfeitamente irrelevante” num cenário em que, fora de Portugal, existem mais de quatro milhões de pessoas que, tendo ou não nascido no país, mantêm nacionalidade portuguesa.