Crise exige resposta de proximidade dos católicos, diz cardeal-patriarca

“No nosso país, as pessoas precisam sobretudo de presença. Há coisas que não sabemos muito bem como vamos resolver, mas vamos ter de as resolver", disse Manuel Clemente, em Roma

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O novo cardeal na cerimónia realizada no sábado, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. . REUTERS/Tony Gentile

“No nosso país, as pessoas precisam sobretudo de presença. Há coisas que não sabemos muito bem como vamos resolver, mas vamos ter de as resolver. Basicamente, estando presentes, estarmos realmente ali, junto das pessoas, da sua vida, das suas dificuldades”, disse durante a homilia da celebração.

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“No nosso país, as pessoas precisam sobretudo de presença. Há coisas que não sabemos muito bem como vamos resolver, mas vamos ter de as resolver. Basicamente, estando presentes, estarmos realmente ali, junto das pessoas, da sua vida, das suas dificuldades”, disse durante a homilia da celebração.

Manuel Clemente recordou as “aspirações dos mais novos”, que ainda não sabem o que sua vida irá ser, e as necessidades dos “mais idosos”, que exigem da Igreja a “proximidade de quem sente os outros como seus”.

O novo cardeal elogiou o exemplo de proximidade do Papa Francisco, “um sinal muito belo” para a Igreja e a sociedade pela forma como se “encontra com cada um”, em qualquer circunstância. E deixou votos de que os católicos sejam “sinais credíveis, convincentes, de que Cristo-pastor continua presente”.

O patriarca saudou as centenas de pessoas que participaram na celebração, que contou com a presença de seis bispos portugueses.

A Igreja de Santo António, situada na “rua dos portugueses”, no centro histórico de Roma, tem as suas origens no século XV, quando se fundou um estabelecimento de apoio a peregrinos, que viria a ser o “Hospital de Santo Antão da Nação Portuguesa”.

Durante o consistório de sábado, no Vaticano, cada novo cardeal foi inserido na respectiva ordem (episcopal, presbiteral ou diaconal), uma tradição que remonta aos tempos das primeiras comunidades cristãs de Roma, em que os cardeais eram bispos das igrejas criadas à volta da cidade (suburbicárias) ou representavam os párocos e os diáconos das igrejas locais.

Manuel Clemente é cardeal-presbítero, com o título da igreja de Santo António (dos Portugueses), em Roma.

“Agradeço ao Santo Padre o facto de me vincular a esta igreja”, referiu o patriarca de Lisboa, na sua primeira celebração como cardeal.

Após a missa, o cardeal-patriarca almoçou com o grupo de peregrinos que acompanharam as celebrações dos últimos dias.