António Pinto Ribeiro vai coordenar toda a programação cultural da Gulbenkian

O programador cultural António Pinto Ribeiro vai assumir novas funções. De consultor externo passa agora a coordenador de todos os serviços com actividades culturais da fundação.

Foto
António Pinto Ribeiro em sua casa, em 2011 Miguel Manso

Nas suas novas funções, Pinto Ribeiro, que foi director artístico da Culturgest nos primeiros dez anos de vida da instituição e tem uma longa carreira como comissário de exposições e programador cultural, chamará a si a coordenação do Museu Gulbenkian, do Centro de Arte Moderna ou do Serviço de Música, precisou ao PÚBLICO esta quinta-feira a directora de comunicação da fundação, Elisabete Caramelo. E isto além de continuar a assegurar o Próximo Futuro, o programa de cultura contemporânea que criou para a fundação.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Nas suas novas funções, Pinto Ribeiro, que foi director artístico da Culturgest nos primeiros dez anos de vida da instituição e tem uma longa carreira como comissário de exposições e programador cultural, chamará a si a coordenação do Museu Gulbenkian, do Centro de Arte Moderna ou do Serviço de Música, precisou ao PÚBLICO esta quinta-feira a directora de comunicação da fundação, Elisabete Caramelo. E isto além de continuar a assegurar o Próximo Futuro, o programa de cultura contemporânea que criou para a fundação.

“Isto não quer dizer – e é importante sublinhar – que estes serviços da fundação deixem de ter os seus directores ou que eles venham a deixar de ter funções artísticas”, diz Caramelo. “O que quer dizer é que todos os serviços com actividades culturais e artísticas passam a ter alguém que olha para eles como um todo, sem se substituir aos respectivos directores.” Um coordenador-geral de programação, "um coordenador de programadores", e não um mega-director artístico.

O Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão é dirigido, desde 2009, por Isabel Carlos. À frente do serviço de música, que tem a seu cargo a orquestra e o coro e gere o maior dos orçamentos na área cultural, está Risto Nieminen (também desde 2009); e no Museu Gulbenkian, que guarda a riquíssima colecção do fundador, a cadeira do director, até aqui e nos últimos 16 anos ocupada por João Castel-Branco Pereira, espera um novo ocupante.

O concurso para o novo director do museu está a decorrer e aguarda-se a decisão do júri nomeado pela fundação para as próximas semanas, uma vez que os candidatos apurados foram já ouvidos, segundo a directora de comunicação, que não avançou mais pormenores.

Garante ainda Elisabete Caramelo que a nomeação de Pinto Ribeiro “só terá efeitos na temporada de 2016-2017”.

Do Acarte ao novo cargo

António Pinto Ribeiro nasceu em Lisboa em 1956 e fez a sua formação nas áreas da Filosofia, das Ciências da Comunicação e dos Estudos Culturais, as mesmas em que hoje desenvolve a sua actividade de académico e conferencista. É na programação e gestão cultural, no entanto, que o trabalho deste homem que tem ainda vários livros publicados nos domínios do ensaio e da ficção, tem mais visibilidade pública. Pinto Ribeiro foi também até agora colunista do PÚBLICO.

A sua ligação à Culturgest e à dança marcou-lhe um percurso que no início se cruza com o de Madalena Perdigão, de quem foi assessor no serviço Acarte. É o Acarte, aliás, que lhe garante o seu primeiro contacto profissional com a Fundação Gulbenkian, um contacto que retoma de forma mais estrutural em 2004 enquanto coordenador do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (até 2008). Esta ligação diversifica-se logo em 2006/2007 com a programação geral do fórum cultural O Estado do Mundo, visto como o embrião do Próximo Futuro, cuja direcção assegura desde 2009 e que tem o arranque da nova edição marcado para 20 de Fevereiro, com a inauguração de uma exposição de fotografia modernista brasileira. Pelo meio ficou ainda o Programa Gulbenkian Distância e Proximidade (2008).

Não é ainda claro como é que a escolha de Pinto Ribeiro para este novo cargo de coordenação-geral afecta a estrutura de programação artística da fundação, uma malha complexa que compreende corpos e serviços de natureza - e exigência - distintas.

Até ao momento, não foi possível ao PÚBLICO entrar em contacto com Pinto Ribeiro.