Ministra da Agricultura quer rendeiros dos Machados fora da herdade em 2018

Assunção Cristas não cedeu aos pedidos dos 53 rendeiros que ainda persistem na herdade.

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Enric Vives-Rubio

Fernando Patrício, um dos três elementos que compunham a delegação dos rendeiros, de que fazia ainda parte o presidente da Câmara de Moura, Santiago Macias, e uma representante da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), confessou ao PÚBLICO que “foi uma das piores reuniões” em que participou com representantes do Governo.

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Fernando Patrício, um dos três elementos que compunham a delegação dos rendeiros, de que fazia ainda parte o presidente da Câmara de Moura, Santiago Macias, e uma representante da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), confessou ao PÚBLICO que “foi uma das piores reuniões” em que participou com representantes do Governo.

O rendeiro classificou o encontro com a ministra de “muito frio” deixando antever um futuro conturbado para as cerca de meia centena de famílias de rendeiros que ainda exploram as terras que lhes foram entregues por Sá Carneiro no início dos anos 80 como forma de pagamento de vários anos de salários em atraso que se foram acumulando após a nacionalização da Herdade dos Machados em 1975.

A reunião realizada nesta terça-feira surge na sequência da intimação feita pelo secretário de Estado da Agricultura a 16 rendeiros reformados para que entregassem as terras que exploravam até 31 de Outubro passado.

Os visados movimentaram-se junto dos diversos grupos parlamentares para travar a decisão da tutela e, a dois dias do fim do prazo, o MAM divulgou um comunicado, onde garantia que “face aos elementos invocados pelos rendeiros” os contratos de arrendamento “se deveriam manter em vigor até ao fim da respectiva vigência”, em 2018.

Colocados perante a intransigência da ministra que mantém a sua decisão de retirar os cerca de 33 hectares de terra que cada um dos 53 rendeiros ainda explora na herdade dos Machados, Fernando Patrício admitiu que o próximo passo será solicitar uma reunião ao primeiro-ministro Passos Coelho.