Croácia perdoa dívidas de 60 mil cidadãos

Governo de centro-esquerda chegou a acordo com bancos, empresas e municípios, que deverão absorver as perdas.

Foto
Há mais de 300 mil croatas com as contas congeladas por causa do endividamento Nelson Garrido

Num país pequeno com 4,4 milhões de habitantes, o número de cidadãos endividados é significativo e tornou-se num pesado fardo económico para o país. Depois de seis anos de recessão, as previsões de crescimento para a economia croata permanecem baixas para o ano de 2015.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Num país pequeno com 4,4 milhões de habitantes, o número de cidadãos endividados é significativo e tornou-se num pesado fardo económico para o país. Depois de seis anos de recessão, as previsões de crescimento para a economia croata permanecem baixas para o ano de 2015.

A medida destina-se a ajudar os cidadãos mais pobres, que não tenham poupanças ou propriedades. As pessoas que vivam de rendimentos sociais podem candidatar-se a partir desta segunda-feira para terem as suas dívidas perdoadas, até um máximo de 35. 000 kunas (cerca de 4500 euros). As pessoas que recebam menos de 2500 kunas mensais (320 euros) e agregados familiares com rendimentos inferiores a 1250 kunas por pessoa (160 euros) poderão candidatar-se ao perdão das suas dívidas.

“É uma medida social da qual todos podemos estar orgulhosos”, declarou o primeiro-ministro, Zoran Milanovic, citado pela AFP, avisando, no entanto, que se trata “de uma medida excepcional.“

“O sistema não poderá depender constantemente deste tipo de soluções, mas fazemos todos os possíveis para facilitar a vida das pessoas nesta crise longa e esgotante”, acrescentou.

Contudo, dado que o Governo social-democrata de Milanovic vai a eleições ainda este ano, alguns analistas não hesitam em qualificar o Novo Começo como uma medida eleitoralista.

“Trata-se de um clássico caso de populismo antes das eleições legislativas deste ano”, declarou Timothy Ash, economista-chefe do Standard Bank de Londres.