CP oferece dois comboios a Oeiras e dois a Cascais

Para responder aos protestos dos autarcas, a CP vai repor quatro dos 51 comboios que suprimiu na linha de Cascais.

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Na CP, a Linha de Cascais servirá de projecto-piloto para a abertura das restantes concessões a privados Nuno Ferreira Santos

A partir de 1 de Fevereiro, a hora de ponta que agora vigora das 17h00 às 20h00, será alargada até às 20h30 e durante essa meia hora vão circular mais quatro comboios rápidos (dois para Cascais e dois para Oeiras, ou seja, um em cada sentido para ambos os destinos).

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A partir de 1 de Fevereiro, a hora de ponta que agora vigora das 17h00 às 20h00, será alargada até às 20h30 e durante essa meia hora vão circular mais quatro comboios rápidos (dois para Cascais e dois para Oeiras, ou seja, um em cada sentido para ambos os destinos).

Em comunicado, a Câmara de Cascais diz que “está garantida a manutenção de todos os comboios que partem e chegam a Cascais” e que tal “é fundamental para a mobilidade dos cidadãos”.

Não é a primeira vez que a CP anuncia cortes nesta linha e depois recua (ainda que pouco). Em  Abril de 2002, sem qualquer aviso prévio, o então presidente da CP, Crisóstomo Teixeira, resolveu suprimir 39 comboios por dia na linha de Cascais. Na altura a oferta era de 296 circulações por dia, número que passou para 279.

O argumento à data foi “a elevada taxa de motorização em Portugal, o forte investimento na expansão da rede rodoviária, o fraco investimento na modernização da linha e a deslocação das zonas habitacionais para áreas distantes do caminho-de-ferro”.

Os protestos de populações e autarcas levaram a CP a recuar, mas sem que esta viesse a repor a totalidade dos comboios suprimidos.

Desde então a oferta veio sempre a descer. Em 2014 a linha de Cascais já só tinha 251 comboios por dia. Desde o passado dia 19 de Janeiro passou a ter apenas 200. Em doze anos este eixo suburbano perdeu 96 comboios por dia.

A CP justificou a medida com a necessidade “de uma gestão mais eficaz do material circulante”, mas isso não significou que a EMEF viesse a receber mais comboios por dia para reparação. A empresa não tem instalações para isso (está presentemente a adequar as suas oficinas para lhe aumentar essa capacidade), não pode trabalhar durante a noite e não lhe basta receber os comboios entre as 10h00 e as 17h00 para os reparar porque a CP precisa de toda a frota nos carris durante as horas de ponta.

O objectivo foi poupar o material que, de tão velhinho, precisa de descansar. Menos quilómetros percorridos significa menos desgaste e menos horas de manutenção.