David Chipperfield fez uma promessa: "manter o máximo de Mies possível"

Arquitecto britânico vai remodelar a galeria icónica de Mies van der Rohe. Promete modernizá-la, mas mantendo tudo o que for possível do original do colega alemão, um dos maiores arquitectos do século XX.

Foto
A galeria, em Janeiro de 2011 Hans Knips

O edifício, inaugurado em 1968 e ponto de paragem obrigatória para os estudantes de Arquitectura que visitam Berlim, deverá manter-se, no essencial, muito próximo do original, garantiu aos jornalistas na quarta-feira Daniel Wendler, o director da intervenção e membro do atelier de Chipperfield, que a 31 de Dezembro deu por terminada a instalação Sticks and Stones, obra composta por 144 grandes troncos que transformou num bosque o grande hall envidraçado deste museu de arte moderna.

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O edifício, inaugurado em 1968 e ponto de paragem obrigatória para os estudantes de Arquitectura que visitam Berlim, deverá manter-se, no essencial, muito próximo do original, garantiu aos jornalistas na quarta-feira Daniel Wendler, o director da intervenção e membro do atelier de Chipperfield, que a 31 de Dezembro deu por terminada a instalação Sticks and Stones, obra composta por 144 grandes troncos que transformou num bosque o grande hall envidraçado deste museu de arte moderna.

Para já, e segundo a publicação especializada The Art Newspaper, as obras serão apenas visíveis no interior, garante a equipa do arquitecto britânico, que se comprometeu, desde logo, “a manter o máximo de Mies possível” nesta renovação. É por isso que todos os elementos estruturais do arrojado projecto do alemão naturalizado americano permanecerão, depois de devidamente restaurados. Será assim, por exemplo, com os corrimãos ou as estantes; será assim com o telhado – assente em oito vigas de aço – e as icónicas fachadas de vidro que apresentam, aliás, alguns desafios técnicos, já que não permitem respeitar as actuais exigências relativas a luz e a isolamento térmico.

A renovação da Neue Nationalgalerie de Berlim está orçada em 101 milhões de euros, precisamente metade do que deverá custar o novo museu de arte moderna da cidade, cuja construção está prevista para nele expor a colecção de arte do século XX que a galeria desenhada por Mies van der Rohe (1886-1969) não tem vindo a mostrar de forma permanente por falta de espaço.

O novo edifício deverá ser construído perto da histórica galeria, mas nada está ainda decidido. O concurso para o projecto de arquitectura só deverá ser lançado no fim do ano e, por isso, está por definir como é que as duas estruturas se vão relacionar uma com a outra, já que vão partilhar parte do acervo.