Líder de marchas anti-islão demitiu-se depois de se ter mascarado de Hitler

"Temos que poder brincar connosco de vez em quando", tinha dito anteriormente o alemão Lutz Bachmann.

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Lutz Bachmann tem organizado as manifestações anti-islão na Alemanha

"Sim, deixo a direcção" do movimento, disse Lutz Bachmann ao jornal popular Bild. A informação foi confirmada à AFP pela porta-voz do movimento Pegida, Kathrin Oertel.

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"Sim, deixo a direcção" do movimento, disse Lutz Bachmann ao jornal popular Bild. A informação foi confirmada à AFP pela porta-voz do movimento Pegida, Kathrin Oertel.

A fotografia de Bachmann, de 41 anos, co-fundador do Pegida terá sido tirada depois de uma ida ao cabeleireiro. Mostra-o de cabelo pintado de negro, com o risco à direita e um bigodinho. A imagem foi publicada na página de Bachmann no Facebook com a legenda: "Er ist wieder" (Ele está de volta), o título do romance satírico de 2012 sobre Hitler, de Timur Vermes.

Pouco depois de a fotografia ter aparecido, o jornal Dresden Morgenpost contactou Bachmann que, rapidamente, apagou o seu perfil na rede social.

Foi um leitor quem descobriu a foto, alertando o jornal para ela e para um diálogo que Bachmann manteve com um dos seus amigos na rede social em que chama "gado", "canalhas" e "lixo" aos imigrantes. A conversa teve lugar no dia 19 de Dezembro.

Bachmann explicou que a fotografia foi tirada no cabeleireiro para ser usada na promoção do audiolivro do romance de Vermes. "Temos que poder brincar connosco de vez em quando", disse. Sobre o que chamou aos imigrantes, disse que não fazia comentários "sobre matérias privadas".

Lutz Bachmann, filho de um talhante de Dresden, já foi condenado diversas vezes por roubo e posse de droga. Segundo os serviços secretos alemães, é um alvo para o terrorismo islâmico - os jihadistas já publicaram nas redes sociais que o querem matar. Por isso, a 13.ª marcha anti-islão, que estava marcada para a segunda-feira passada, foi cancelada. O grupo, que tem cada vez mais seguidores em várias cidades, conseguiu reunir 25 mil pessoas na sua última marcha; remarcou a próxima, para a semana que vem. Até lá, espera reunir esta quarta-feira, em Leipzig, cem mil pessoas.