Papa canonizou o padre Vaz, um exemplo de "reconciliação" para o Sri Lanka

O missionário que nasceu em Goa no século XVII é o primeiro santo do país.

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Meio milhão de pessoas assistiu à missa em Colombo Stefano Rellandin/Reuters

O Papa canonizou o missionário do século XVII Joseph Vaz (José Vaz, no seu nome original), que chegou à ilha indo de Goa, quando esta cidade indiana era uma colónia portuguesa. Francisco lembrou quem ele era e o que fez e chamou-lhe um exemplo da tolerância religiosa, que deve ser seguido por todos no Sri Lanka. "S. Joseph mostra-nos a importância de transcender as divisões religiosas ao serviço da paz", disse o pontífice, que, relatam as agências noticiosas, estava totalmente recuperado do episódio de exaustão da véspera — além da longa de viagem de avião e do jet lag, o Papa enfrentou temperaturas muito altas no percurso longo que teve que fazer em Colombo, a capital, no cortejo de boas vindas.

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O Papa canonizou o missionário do século XVII Joseph Vaz (José Vaz, no seu nome original), que chegou à ilha indo de Goa, quando esta cidade indiana era uma colónia portuguesa. Francisco lembrou quem ele era e o que fez e chamou-lhe um exemplo da tolerância religiosa, que deve ser seguido por todos no Sri Lanka. "S. Joseph mostra-nos a importância de transcender as divisões religiosas ao serviço da paz", disse o pontífice, que, relatam as agências noticiosas, estava totalmente recuperado do episódio de exaustão da véspera — além da longa de viagem de avião e do jet lag, o Papa enfrentou temperaturas muito altas no percurso longo que teve que fazer em Colombo, a capital, no cortejo de boas vindas.

Vaz é o primeiro santo do Sri Lanka e a sua canonização, explica a Reuters, vai ao encontro da estratégia do Vaticano de Francisco para os países em desenvolvimento e onde o catolicismo está a ganhar terreno. Além de dar um santo à comunidade, uma figura de quem os fiéis poderão sentir-se próximos, mostra-lhes uma exemplo a seguir. Para canonizar Vaz, Francisco contornou a regra do segundo milagre.

O Papa já tinha defendido que o Sri Lanka se confrontasse com a verdade da sua guerra civil, mas no sentido da reconciliação. A sua visita pastoral coincidiu com um momento político favorável a essa atitude — Maithripala Sirisena venceu as presidenciais, afastando o antigo chefe de Estado (uma figura da guerra civil) Mahinda Rajapaka. Ao tomar posse, no domingo,  Sirisena prometeu defender os interesses "dos hindus, dos muçulmanos e dos católicos".

Os católicos são 7% de uma população de 20 milhões, os muçulmanos 10%.

Depois da missa em Colombo, o Papa partiu para o santuário de Madhu, no Norte do Sri Lanka, um lugar simbólico por se situar na linha da frente da guerra. Algumas centenas de pessoas receberam Francisco, que voltou a passar a mensagem da reconciliação.

Na quinta-feira o Papa chega às Filipinas, a outra etapa desta viagem destinada a reforçar a presença da Igreja Católica nos países em desenvolvimento.