Polícia morta no Sul de Paris, atirador em fuga

Autoridades dizem que não é possível indicar se há ligação com ataque contra o Charlie Hebdo.

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Socorristas no local do novo tiroteio THOMAS SAMSON/AFP

A imprensa francesa especulava se poderia haver alguma ligação desta acção, na manhã desta quinta-feira, com as operações de busca dos dois principais suspeitos do ataque da véspera, Chérif Kouachi, de 32 anos, e o seu irmão Said, de 34, que continuam desaparecidos – um terceiro entregou-se entretanto à polícia.

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A imprensa francesa especulava se poderia haver alguma ligação desta acção, na manhã desta quinta-feira, com as operações de busca dos dois principais suspeitos do ataque da véspera, Chérif Kouachi, de 32 anos, e o seu irmão Said, de 34, que continuam desaparecidos – um terceiro entregou-se entretanto à polícia.

Sete pessoas, homens e mulheres, foram entretanto detidos no âmbito destas operações, anunciou esta quinta-feira o primeiro-ministro, Manuel Valls. Tratar-se-á, segundo o diário Libération, de pessoas próximas dos dois suspeitos, que as autoridades conheciam já de círculos extremistas e o mais novo, Chérif, tinha já sido condenado em 2008 a três anos de prisão por envio de jihadistas franceses para o Iraque. As autoridades não explicaram qual o local das detenções; a operação de buscas centrar-se-ia em Reims, a norte de Paris.

As autoridades dizem que de momento não há indicações de ligações entre os disparos desta manhã e o ataque contra o Charlie Hebdo. Para já, é privilegiada a tese de que este pode ter sido um ataque de imitação, diz a emissora France Info. 

A investigação está a ser levada a cabo pela secção antiterrorismo da polícia de Paris "tendo em conta o contexto actual, o armamento pesado do atirador e o carácter deliberado de visar forças de ordem", dizia o diário Le Parisien.

A agente da polícia e o funcionário municipal desclocaram-se ao local após um acidente envolvendo um Clio, e foram então atingidos. O atacante está ainda em fuga; uma pessoa foi detida, mas aparentemente por semelhanças com o atirador.

Enquanto nos edifícios oficiais as bandeiras eram postas a meia-haste e se cumpriu um minuto de silêncio ao meio-dia (11h em Lisboa) pelo ataque do Charlie Hebdo, as informações sobre este novo caso iam surgindo a pouco a pouco. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, deixou a reunião de emergência que decorria no Eliseu sobre o ataque da véspera para se dirigir a Montrouge, o subúrbio no Sul de Paris onde ocorreram os disparos.

Um estudante de 19 anos na zona contou ao jornal Figaro como acordou com o barulho de tiros. “Depois ouvi um grito muito alto: ‘apanhem-no’, e mais dois tiros”, descreveu o estudante, que mora no cruzamento entre a avenida Pierre Brossolette e a rua Gabriel Péri. Segundo outros testemunhos citados pela emissora RTL, o atirador estava vestido de preto e parecia ter um colete à prova de bala.