Vasco Cordeiro satisfeito com adiamento da redução da Base das Lajes

Presidente do Governo Regional diz que decisão de Obama vai ao “encontro” das pretensões dos Açores.

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Carlos Lopes

“Naturalmente que é um motivo de satisfação e vem ao encontro de um objectivo que era o de suster a decisão americana de redução militar da Base das Lajes”, declarou à agência Lusa Vasco Cordeiro.

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“Naturalmente que é um motivo de satisfação e vem ao encontro de um objectivo que era o de suster a decisão americana de redução militar da Base das Lajes”, declarou à agência Lusa Vasco Cordeiro.

As duas câmaras do Congresso norte-americano já tinham aprovado o projecto de lei designado "National Defense Authorization Act for Fiscal Year 2015", que inclui uma emenda proposta por um grupo de congressistas ligados a Portugal. De acordo com a emenda, “a secretaria da Força Aérea não deve reduzir a estrutura na Base Aérea das Lajes até 30 dias depois de o secretário da Defesa divulgar o Relatório de Consolidação de Estruturas Europeias”, que já está terminado e deveria ter sido conhecido na Primavera.

O líder do Governo Regional considera que há que salvaguardar "algumas precisões" neste dossiê, sublinhando que a assinatura de Barack Obama se prende com a aprovação global do orçamento das Forças Armadas dos Estados Unidos da América (EUA).

Vasco Cordeiro destaca, por outro lado, que esta não é a primeira vez que esta situação se verifica, uma vez que já aconteceu nos anos anteriores. "O que as leis para 2015 trazem de novo é uma linguagem muito mais incisiva - se é que assim se pode considerar - quanto à ponderação que deve ser feita pelo Departamento de Defesa dos EUA em relação à utilidade da Base das Lajes. Esse é um dado novo", explica.

O socialista destaca que este dado novo reforça a posição que o executivo açoriano tem mantido junto de decisores norte-americanos, em várias deslocações a Washington. O líder do Governo Regional acentua que estas são decisões que se inserem no âmbito do processo de decisão político norte-americano.

Vasco Cordeiro reafirma que sempre colocou esta matéria na perspectiva diplomática entre Portugal e os EUA, considerando que as decisões tomadas pelo Congresso e pelo Presidente Obama vão “no bom sentido”.

Questionado sobre se a nova política externa russa e a questão ucraniana não poderão relançar a Base das Lajes em termos geoestratégicos e ajudar às pretensões açorianas, Vasco Cordeiro declara que nesta, como noutras matérias, os Açores “não estão isolados”. “Naturalmente que estas questões sofrem influência de um conjunto de outras variáveis a nível mundial nas quais os EUA têm interesse, para as quais a Base das Lajes releva de uma ou de outra forma", frisa Vasco Cordeiro.

O governante considera, por outro lado, que a questão diplomática é apenas uma componente do dossier Lajes, havendo outra “mais prática” que tem “maior impacto” na vida dos açorianos, ou seja, os efeitos sociais e económicos. O responsável afirma já se verificarem na ilha Terceira, em especial no concelho da Praia da Vitória, impactos negativos das alterações do período das comissões de serviço dos militares nas Lajes e do acompanhamento das famílias, sem que houvesse fundamento para que estas decisões.

O presidente do Governo Regional destaca que os resultados alcançados derivam do que considera ser uma “coligação de amigos dos Açores”, que foi possível construir no Congresso dos EUA e fortalecer com luso-descendentes e outras pessoas.