Manuel Neuer é o convidado no jantar anual de Cristiano Ronaldo e Messi

Dos seis campeões do mundo candidatos à Bola de Ouro da FIFA só restou o guarda-redes do Bayern. O trio finalista do prémio de melhor jogador do mundo em 2014 fica completo com os suspeitos do costume.

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Ver um guarda-redes entre os mais votados é quase uma raridade e nunca tinha acontecido desde que, em 2010, a FIFA e a France Football juntaram os prémios num só. O soviético Lev Yashin, a “aranha negra”, foi o único a conquistar a Bola de Ouro, em 1963. Mas a visibilidade conquistada por Neuer e pelo seu estilo destemido que o leva a sair muitas vezes da grande área, a que se junta o título de campeão do mundo conquistado no Brasil ao serviço da Mannschaft, colocaram-no entre os três mais votados. “É uma notícia genial e uma grande honra para mim. Não é habitual nomearem um guarda-redes e isso deve-se aos meus colegas de equipa. Com o Bayern e com a selecção nacional tive um fantástico 2014”, sublinhou após ter sido divulgada a lista.

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Ver um guarda-redes entre os mais votados é quase uma raridade e nunca tinha acontecido desde que, em 2010, a FIFA e a France Football juntaram os prémios num só. O soviético Lev Yashin, a “aranha negra”, foi o único a conquistar a Bola de Ouro, em 1963. Mas a visibilidade conquistada por Neuer e pelo seu estilo destemido que o leva a sair muitas vezes da grande área, a que se junta o título de campeão do mundo conquistado no Brasil ao serviço da Mannschaft, colocaram-no entre os três mais votados. “É uma notícia genial e uma grande honra para mim. Não é habitual nomearem um guarda-redes e isso deve-se aos meus colegas de equipa. Com o Bayern e com a selecção nacional tive um fantástico 2014”, sublinhou após ter sido divulgada a lista.

Têm sido várias as vozes — com destaque para os presidente da FIFA e da UEFA, Sepp Blatter e Michel Platini, respectivamente — a defender que o prémio deve ir para um dos vencedores do Mundial. Neuer foi o sobrevivente dos seis alemães que integravam a lista de 23 candidatos. E agora vai perceber-se quanto vale ser campeão do mundo.

Neuer “fez-se convidado para o jantar anual Ronaldo-Messi”, ironizava a agência AFP após terem sido divulgados os nomes dos três finalistas. O repasto está marcado para 12 de Janeiro de 2015, em Zurique, na Suíça, e curiosamente repete-se o alinhamento dos clubes representados na edição passada: Real Madrid, Barcelona e Bayern Munique (Franck Ribéry tinha sido o “intruso” em 2013).

Para Cristiano Ronaldo, detentor do galardão, esta é a quarta presença consecutiva entre os mais votados (venceu em 2008 e 2013). Um registo aquém do do argentino, finalista pela oitava vez consecutiva e vencedor do prémio da FIFA quatro vezes seguidas (2009-2012), ainda que, algumas destas vitórias não tivessem estado isentas de polémica — o que sucedeu também com o prémio de melhor jogador do Mundial, que lhe foi atribuído logo após a derrota da Argentina contra a Alemanha, na decisão do Maracanã, este ano.

Desta vez, porém, as perspectivas não são boas para Lionel Messi, que termina o ano sem qualquer grande título. Nem mesmo o hat-trick que rubricou a 25 de Novembro e lhe valeu o recorde de golos na Liga dos Campeões (chegou aos 74, superando o espanhol Raúl) entra em consideração, já que o período de votação terminou no dia 21 de Novembro.

A FIFA divulgou ontem que recebeu dentro do prazo os votos de 87% dos 209 seleccionadores e “capitães” das equipas que integram o organismo que tutela o futebol mundial e de 94% dos representantes da comunicação social.

Ainda que a FIFA seja pródiga em surpresas, é inegável que o favoritismo pertence a Cristiano Ronaldo, que começou 2014 a erguer a segunda Bola de Ouro da carreira. O internacional português apontou 31 golos em 30 jornadas da Liga espanhola (e já leva 20 em 12 partidas na presente temporada), tendo ainda estabelecido um novo recorde goleador numa só edição da Liga dos Campeões: marcou nada menos que 17 golos, culminando com aquele que selou a conquista do décimo troféu de campeão europeu pelo Real Madrid, em Lisboa frente ao Atlético de Madrid. Chegará? O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, acha que sim: “Uma coisa é o Mundial, realizado durante três, quatro semanas. Por outro lado, temos o melhor jogador do mundo. O período de apreciação é muito mais abrangente”, sublinhou. “Essa questão de ter que ganhar um alemão, isso não pode ser assim. Este ano ninguém fez mais que o Cristiano”, corroborou Fernando Santos.