Sócrates diz que “só deixa de ser livre quem perde a dignidade”

Num curto telefonema ao Expresso a partir do Estabelecimento Prisional de Évora, o antigo primeiro-ministro diz sentir-se “mais livre do que nunca”.

Segundo o semanário, o telefonema tinha como objectivo acertar uma entrevista que Sócrates prometeu dar na próxima semana, conversa dependente de uma autorização da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais.

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Segundo o semanário, o telefonema tinha como objectivo acertar uma entrevista que Sócrates prometeu dar na próxima semana, conversa dependente de uma autorização da Direcção-Geral dos Serviços Prisionais.

Ao jornal, o antigo primeiro-ministro disse: “Só deixa de ser livre quem perde a dignidade. Sinto-me mais livre do que nunca.” Não respondeu a questões, mas prometeu fazê-lo, em detalhe, como se fosse um interrogatório, numa entrevista futura. Sócrates é acusado de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

Na declaração que enviou ao Público e à TSF – ditada ao seu advogado – Sócrates diz que as acusações que lhe são imputadas são absurdas, injustas e infundamentadas, dizendo ainda que a prisão preventiva é “injustificada”. “Em legítima defesa”, prometeu, irá, “conforme for entendendo”, “desmentir as falsidades lançadas sobre [si] e responsabilizar os que as engendraram”. 

José Sócrates considerou que o caso “tem também contornos políticos”. Mas depois diz que “é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido e concluía: “Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia.”