O jogador da selecção tunisina que morreu na Síria

Aos 20 anos, Nidhal Selmi deixou uma vida confortável para se juntar ao Estado Islâmico.

Selmi jogava no Étoile Sportive du Sahel, um dos três clubes de Sousse, vice-campeão em quase todos os anos da década passada e o primeiro da Tunísia a vencer a Liga dos Campeões da CAF (Confederação Africana de Futebol) no seu actual formato, em 2007, ano em que foi campeão tunisino.

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Selmi jogava no Étoile Sportive du Sahel, um dos três clubes de Sousse, vice-campeão em quase todos os anos da década passada e o primeiro da Tunísia a vencer a Liga dos Campeões da CAF (Confederação Africana de Futebol) no seu actual formato, em 2007, ano em que foi campeão tunisino.

Era dono do seu apartamento, guiava um BMW e os seus ex-colegas de equipa disseram à Reuters que como a maioria dos jovens tunisinos passava o tempo a dizer piadas sentado à mesa de cafés. Começou a mudar em 2013, quando deixou crescer a barba e se tornou mais calado. Desapareceu no início do ano: em Setembro de 2013 a sua foto de perfil no Facebook mostrava-o sorridente num parque aquático; em Fevereiro de 2014 substituiu-a pela bandeira negra dos radicais. Foi morto a 16 de Outubro, com 21 anos.

Sousse é uma cidade muito turística e uma das mais liberais da Tunísia. “Morreu pelas suas convicções”, disse à Reuters o pai de Selmi, explicando que acredita que o filho deixou a sua vida confortável por estar zangado com as imagens da violência cometida por Bashar al-Assad contra os sírios. “Fez algo que nem todos os jovens da sua idade fariam, deixar tudo para trás e escolher outro caminho.”