Vila Franca de Xira declara Dia de Luto Municipal por causa da Legionella

Na próxima sexta-feira, as bandeiras estarão a meia haste em todas as instalações do município. Actuação da câmara motivou críticas do PSD.

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O surto, o maior de sempre em Portugal, afectou mais de 300 pessoas residentes no concelho AFP/PEDRO NUNES

Este surto, o maior de sempre de Legionella em Portugal, afectou mais de 300 pessoas residentes nas freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga, entre as quais originou já sete vítimas mortais. “Estando perante uma situação rara, mesmo a nível mundial, acho que se teve uma resposta adequada, dentro daquilo que era possível fazer. A primeira preocupação foi tratar das pessoas infectadas”, observou Alberto Mesquita, realçando o excelente trabalho do Hospital de Vila Franca de Xira e das corporações de bombeiros que participaram na transferência de 112 doentes para hospitais de Lisboa. O autarca do PS vincou que o Serviço Nacional de Saúde, “muitas vezes injustamente criticado pela falta de condições que apresenta, deu uma resposta importante, só possível com o espírito de missão dos médicos e restante pessoal do hospital”.

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Este surto, o maior de sempre de Legionella em Portugal, afectou mais de 300 pessoas residentes nas freguesias do Forte da Casa, Póvoa de Santa Iria e Vialonga, entre as quais originou já sete vítimas mortais. “Estando perante uma situação rara, mesmo a nível mundial, acho que se teve uma resposta adequada, dentro daquilo que era possível fazer. A primeira preocupação foi tratar das pessoas infectadas”, observou Alberto Mesquita, realçando o excelente trabalho do Hospital de Vila Franca de Xira e das corporações de bombeiros que participaram na transferência de 112 doentes para hospitais de Lisboa. O autarca do PS vincou que o Serviço Nacional de Saúde, “muitas vezes injustamente criticado pela falta de condições que apresenta, deu uma resposta importante, só possível com o espírito de missão dos médicos e restante pessoal do hospital”.

Alberto Mesquita reconheceu que é preciso “tirar ilações” do que se passou, “melhorando a fiscalização e, provavelmente, uma legislação que tem que ser melhorada”. E destacou o empenho e disponibilidade dos técnicos e trabalhadores da autarquia e, em especial, dos Serviços Municipalizados de Águas e Saneamento (SMAS) que participaram nas diversas acções de prevenção.  

Os vereadores da CDU e da CNR (PSD/PPM/MPT) expressaram, também, a sua solidariedade com as pessoas afectadas e transmitiram as condolências às famílias das vítimas mortais. Ana Lídia Cardoso (CDU) quis saber se a câmara vai dar apoio jurídico às famílias que pretendam levar a tribunal os responsáveis por este surto que venham a ser identificados. O presidente da câmara explicou que os advogados da autarquia não podem representar as pessoas na barra do tribunal, mas que lhes darão todo o aconselhamento jurídico prévio.

Não à “politiquice”
Já o social-democrata Rui Rei foi bastante crítico em relação à actuação do executivo PS nos dias de maior incidência do surto. “A câmara, durante uma série de dias, fez pouco ou nada para avisar a população, no sentido de coordenar, de dar informação sobre o que se passava. Pelo menos até domingo à noite, a população daquelas freguesias recebeu zero de informação da câmara”, criticou, considerando que o presidente Alberto Mesquita devia ter convocado bastante mais cedo reuniões da Comissão Municipal de Protecção Civil.

Alberto Mesquita reagiu, afirmando que “nestas questões não se deve fazer politiquice” e garantindo que, desde o primeiro minuto, a câmara e os SMAS “fizeram aquilo que deviam fazer”. O autarca do PS lembrou que o seu gabinete emitiu cerca de 12 comunicados sobre o evoluir da situação e que convocou uma reunião extraordinária da câmara para domingo (dia 9) à noite para avaliar com a vereação as medidas a tomar.

“Nos restantes dias estivemos a trabalhar, a trabalhar, a trabalhar. O que fizemos foi uma coordenação muito próxima com a Direcção-Geral da Saúde e com as entidades do Ambiente. A câmara procurou sempre ter uma atitude de responsabilidade e de seriedade”, concluiu.

No Dia de Luto Municipal, as bandeiras deverão ser colocadas a meia haste em todas as instalações municipais, das juntas de freguesia e das colectividades que queiram aderir.