Petróleo abaixo dos 80 dólares pela primeira vez em quatro anos

Preço está a ser condicionado pelo aumento da oferta.

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De acordo com a AFP, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em Dezembro caiu para os 79,55 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, logo ao início da manhã. Trata-se do preço mais baixo desde 29 de Setembro de 2010.

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De acordo com a AFP, o barril de Brent do mar do Norte para entrega em Dezembro caiu para os 79,55 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, logo ao início da manhã. Trata-se do preço mais baixo desde 29 de Setembro de 2010.

Na quarta-feira, o mercado de futuros de Londres encerrou com o preço do barril de crude Brent em baixa de 2,38%, para os 81,38 dólares.

Depois de o preço ter registado o seu pico máximo em meados de Junho (115,71 dólares), o crude de referência europeu tem caído mais de 30%, influenciado por um conjunto de factores, nomeadamente uma oferta abundante, uma procura tímida e o dólar em alta.

Apesar desta queda dos preços, os membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) não se entendem quanto à necessidade de reduzir a produção, um assunto que será debatido na próxima reunião, marcada para 27 de Novembro, em Viena (Áustria).

Alguns países, nomeadamente a Venezuela ou o Equador, têm defendido publicamente uma redução da produção, de forma a travar a queda dos preços. Mas já a Arábia Saudita tem seguido as orientações do mercado, sem estar muito preocupada em reduzir a sua produção, uma forma de defender a sua posição.

A Agência Internacional de Energia alertou ontem, no seu relatório sobre as Perspectivas de Energia 2014, que a oferta de petróleo poderá escassear no futuro. A agência refere que quando a produção de petróleo por parte os Estados Unidos começar a baixar no final da próxima década, será necessário encontrar formas de compensar este diferencial.

O problema é que os projectos em curso, nomeadamente no Brasil e no Canadá, são complexos e levarão tempo até estarem concretizados. Para responder à procura até 2030, os sectores do petróleo e gás vão precisar de investir anualmente 900 mil milhões de dólares na produção, mas a AIE alerta que “existem muitas incertezas sobre se este investimento chegará a tempo”, nomeadamente por causa dos focos de tensão e da complexidade das novas áreas de exploração.