Portas responde a Passos: "Reformas importantes" já estão no OE

Um no México, outro nos Açores, os dois líderes dos partidos da coligação trocam argumentos à distância.

Foto
Passos Coelho e Paulo Portas Daniel Rocha

Paulo Portas, que está no México numa visita oficial de três dias, foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do primeiro-ministro, segundo o qual "há outras reformas importantes que têm de andar e que terão de ter desenvolvimento", nomeadamente ao nível da reforma do Estado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Paulo Portas, que está no México numa visita oficial de três dias, foi questionado pelos jornalistas sobre as declarações do primeiro-ministro, segundo o qual "há outras reformas importantes que têm de andar e que terão de ter desenvolvimento", nomeadamente ao nível da reforma do Estado.

Os jornalistas questionaram ainda o facto de Passos Coelho também ter dito terça-feira, nos Açores, que falar de uma eventual coligação pré-eleitoral com o CDS-PP "vem completamente a destempo", sendo a prioridade actual a reforma do Estado. Reforma esta cuja responsabilidade foi atribuída ao vice-primeiro-ministro pelo chefe de Governo.

Contudo, aos jornalistas Paulo Portas apenas respondeu: "Elas [as reformas] estão presentes no Orçamento [do Estado]. Quando estou fora de Portugal a defender as empresas, as marcas e produtos, ou seja, a bandeira de Portugal, nunca faço comentários sobre política interna".

E reforçou ainda: "Estou aqui como vice-primeiro-ministro e não como líder partidário".

Por seu lado, Passos Coelho, questionado sobre a decisão de os dois partidos avançarem ou com com uma coligação pré-eleitoral para as legislativas de 2015, disse que não vai introduzir a questão no debate político, mas afirmou que a actual coligação tem "cimento" suficiente para cumprir o seu mandato.

No sábado, Paulo Portas, líder democrata-cristão, tinha garantido que "não será pelo CDS-PP que se criarão dificuldades ou demoras" ao diálogo com o PSD "com vista ao futuro", mas disse que não se deve ter pressa.

"Não será pelo CDS-PP que se criarão dificuldades ou demoras ao diálogo responsável entre os dois partidos com vista ao futuro. É o que chega e é o que basta. Sou eu que o digo e não é através de rumores, é com a minha cara e com a minha voz", afirmou, na altura.

Política "com muito amor"
Pedro Passos Coelho terminou esta quarta-feira o programa oficial da sua primeira visita à Região Autónoma dos Açores enquanto primeiro-ministro, declarando ser a favor do exercício da política "com muito amor", e prometeu voltar.

"Estamos empenhados em, não apenas colaborar institucionalmente, mas também em resolver problemas, não apenas do passado, mas também no futuro. E é isso que desejo com muito amor", declarou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.

"Sem nenhum complexo, com muito amor", reforçou Passos Coelho, acrescentando: "Porque também precisamos de pôr muito amor naquilo que fazemos, para que a política se torne alguma coisa mais tangível e humana do que muitas vezes parece ser".

Nesta deslocação aos Açores, o primeiro-ministro passou por quatro das nove ilhas do arquipélago, em dois dias, sempre acompanhado pelo presidente do Governo Regional, o socialista Vasco Cordeiro.